Na sequência do ano litúrgico, estamos retornando ao tempo comum. Estamos no décimo primeiro domingo.
Nossa reflexão, para este domingo, pode começar justamente com uma indagação: o que tem levado o ser humano a se afastar de Deus?
A partir de nossa fé, sabemos que Deus é o criador e como tal deseja que o ser humano não o abandone. Sabemos, também, que Deus não depende nem precisa de nós, mas, mesmo assim, deseja que nos mantenhamos fiéis aos seus ensinamentos e princípios. Sabemos, além disso, que seus ensinamentos e princípios chegaram a nós a partir de um povo escolhido. Só que esse povo, também cometeu inúmeros deslizes, afastando-se do Senhor.
E nisso já se nos apresenta um princípio importantíssimo: Deus nos quer, mas respeita nossa decisão e nossas escolhas. Respeita, inclusive nossa decisão de não o seguirmos.
Em razão de um dos tropeços do povo infiel é que se insere a primeira leitura (Êxodo 19,2-6 a). Enquanto o povo está acampado ao pé da montanha, Moisés sobe para o encontro com Deus, de quem ouve uma promessa condicionada. Deus rememora o episódio do Êxodo, para referendar sua proposta, que deve ser transmitida ao povo por Moisés mediador: “Se ouvirdes a minha voz e guardardes a minha aliança, sereis para mim a porção escolhida dentre todos os povos” (v. 5)
Notemos que a promessa divina é eterna, concedendo alto privilégio: ser a nação escolhida. Mas isso somente SE. Se o povo for fiel, será escolhido; caso não o seja…
Observando a história sagrada, e também a história da humanidade, logo descobrimos: o povo não foi fiel. Essa infidelidade foi o que propiciou a vinda de Cristo que, de acordo com o apóstolo Paulo (Romanos 5,6-11), em resposta à nossa fraqueza, “morreu pelos ímpios” (v. 6).
Por que foi que Cristo morreu? Porque seu povo foi infiel e desviou-se do Deus da Aliança. Mesmo seu povo escolhido tendo sido infiel, Deus não o abandonou. E Paulo apresenta o argumento pelo qual demonstra o amor de Deus: “a prova de que Deus nos ama é que Cristo morreu por nós, quando éramos ainda pecadores”. Os pecados do mundo foram redimidos pela morte de Cristo. A morte de Cristo foi um ato de rebeldia do povo escolhido.
Por esse motivo é que Paulo afirma que em sua morte Cristo redime ao mundo e com sua ressurreição nos assegura a vida.
O povo escolhido havia sido escolhido não por seus méritos, mas por predileção divina. E não foi sem motivo. Por meio desse povo, o Senhor Deus quis alcançar todos os povos.
Entretanto, segundo Mateus (9,36-10,8), Jesus constata o abandono em que se encontra seu povo. As multidões dão mostras do abandono. O povo que deveria ser luz dos povos, não estava cumprindo com esse propósito.
Essa situação de abandono foi a constatação de Jesus. E isso motivou sua compaixão. Olhou a multidão e percebeu seu abandono: “estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor” (9,36)
Então o Senhor, compassivo, envia seus discípulos para tentar reacender o espírito da Aliança. “Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel!” (10,6)
Naquele contexto de renovação da Aliança, as ovelhas perdidas eram os membros do povo eleito, que estavam abandonando ao Senhor: eram a ovelha abandonando o pastor.
Em nossos dias a palavra do evangelho é dirigida não em primeiro lugar ao povo hebreu mas aos seguidores de Jesus. “O Reino dos Céus está próximo!”
E, para que ninguém mais se perca, o próprio Senhor Jesus faz o apelo aos seus discípulos: Peçam ao “dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita” (9,38)
Deus desejou que um povo fosse luz dos povos. Mas essa luz não foi luminosa o suficiente para atrair a todos. Então veio o próprio Senhor e é Ele que nos envia não só à casa de Israel, mas a todas as ovelhas perdidas. As quais se afastaram do senhor por conta de sua liberdade de escolha. Somo enviados, portanto, para reconvocar todas as ovelhas perdidas.
Neri de Paula Carneiro
sábado, junho 13, 2020
quarta-feira, junho 10, 2020
Não é como aquele
A solene festa do Santíssimo Corpo e Sangue do Senhor é uma das poucas que a Igreja celebra e que não remonta à Igreja primitiva, do período apostólico. Trata-se de uma solenidade que nasceu da fé que a Igreja aprendeu a cultivar. Foi instituída pelo papa Urbano IV, mas o pontífice apenas oficializou aquilo que o povo já havia consagrado.
Eis o que podemos ler nono site da CNBB :
“A festa de Corpus Christi foi instituída oficialmente pelo papa Urbano IV, com a publicação da bula Transiturus de hoc mundo, em 8 de setembro de 1264. A origem da celebração remete à devoção eucarística iniciada na França e na Bélgica, antes do século XII.
Ligada à piedade do povo cristão, a solenidade também é lembrada pela influência das visões da monja agostiniana belga Juliana de Cornillon, as quais mostravam o anseio de Cristo para que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
Tais visões foram consideradas decisivas para a decisão do papa, em 1264. Mas foi somente 50 anos depois da morte de Urbano IV que a Solenidade ganhou caráter universal definitivo com a confirmação bula Transiturus de hoc mundo,pelo papa Clemente V em 1314.” (https://www.cnbb.org.br/corpus-christi-a-celebracao-da-presenca-real-de-jesus-cristo-no-pao-e-no-vinho-consagrados-com-a-santa-missa/)
E se acompanharmos as leituras da solenidade podemos perceber a centralidade da Eucaristia, desde sua prefiguração, no livro do Deuteronômio (8,2-3.14b-16a), sua confirmação na palavra de Paulo (1 Cor 10,16-17) e nas palavras de Cristo, expressas no evangelho de João (Jo 6,51-58)
Na leitura do Deuteronômio, Moisés instrui ao povo, insistindo na necessidade da fidelidade ao Senhor. Lembra ao povo como o Senhor usou a trajetória pelo deserto para reforçar o episódio da libertação. Tudo para dizer que o senhor é quem fornece não só os rumos da sociedade (sair da “casa da servidão”, no Egito v 14), como o alimento para a caminhada (“fez jorrar água”, v 15; e “alimentou no deserto com maná”, v 16).
Com esses dons água e maná, o Senhor pretendia demonstrar que Ele está no controle, por isso Moisés faz a afirmação retomada por Jesus, mostrando que: “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca do Senhor”(v 3).
Não podemos nos esquecer, portanto que tudo foi dado pelo Senhor, mas foi necessário que as pessoas colhessem, sem acumular excedente. A oferta é divina, mas a realização é humana.
A água e o maná podem ser vistos como prefiguração do corpo e sangue, na comunhão do Senhor. O corpo e o sangue, abençoados, partidos e comungados, de acordo com as palavras de Paulo (1Cor 10,16-17), é corpo e sangue de Cristo, formando a unidade que é a Igreja: há um só pão porque “somos um só corpo”.
E se alguém ainda não está acreditando, como os judeus, é o próprio Jesus que afirma, segundo o evangelho de João (6,51-58). Mas o que afirma Jesus?
Ele faz uma lista de afirmações: “Sou o pão vivo”; “quem comer desse pão terá vida eterna”; o pão “é minha carne”; se alguém não comer dessa carne nem beber esse sangue não terá vida; quem como e bebe “tem vida eterna”; quem come e bebe será ressuscitado “no último dia”; quem como e bebe, “permanece em mim e eu nele”; quem “me come viverá por causa de mim”.
Mas não se pode perder de vista a afirmação final: o pão (o maná) era um alimento divino, mas “vossos pais comeram e morreram”. Por isso a importância do pão e do vinho, que passam a ser alimento de vida: “minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida”. É o pão e o vinho comungado que dão a vida, pois “Aquele que come este pão viverá para sempre.”
Esse pão e esse vinho, agora corpo e sangue, são diferentes daquele oferecido no deserto: “não é como aquele que os vossos pais comeram”. Este é o pão da vida.
Neri de Paula Carneiro
Eis o que podemos ler nono site da CNBB :
“A festa de Corpus Christi foi instituída oficialmente pelo papa Urbano IV, com a publicação da bula Transiturus de hoc mundo, em 8 de setembro de 1264. A origem da celebração remete à devoção eucarística iniciada na França e na Bélgica, antes do século XII.
Ligada à piedade do povo cristão, a solenidade também é lembrada pela influência das visões da monja agostiniana belga Juliana de Cornillon, as quais mostravam o anseio de Cristo para que o mistério da Eucaristia fosse celebrado com destaque.
Tais visões foram consideradas decisivas para a decisão do papa, em 1264. Mas foi somente 50 anos depois da morte de Urbano IV que a Solenidade ganhou caráter universal definitivo com a confirmação bula Transiturus de hoc mundo,pelo papa Clemente V em 1314.” (https://www.cnbb.org.br/corpus-christi-a-celebracao-da-presenca-real-de-jesus-cristo-no-pao-e-no-vinho-consagrados-com-a-santa-missa/)
E se acompanharmos as leituras da solenidade podemos perceber a centralidade da Eucaristia, desde sua prefiguração, no livro do Deuteronômio (8,2-3.14b-16a), sua confirmação na palavra de Paulo (1 Cor 10,16-17) e nas palavras de Cristo, expressas no evangelho de João (Jo 6,51-58)
Na leitura do Deuteronômio, Moisés instrui ao povo, insistindo na necessidade da fidelidade ao Senhor. Lembra ao povo como o Senhor usou a trajetória pelo deserto para reforçar o episódio da libertação. Tudo para dizer que o senhor é quem fornece não só os rumos da sociedade (sair da “casa da servidão”, no Egito v 14), como o alimento para a caminhada (“fez jorrar água”, v 15; e “alimentou no deserto com maná”, v 16).
Com esses dons água e maná, o Senhor pretendia demonstrar que Ele está no controle, por isso Moisés faz a afirmação retomada por Jesus, mostrando que: “nem só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca do Senhor”(v 3).
Não podemos nos esquecer, portanto que tudo foi dado pelo Senhor, mas foi necessário que as pessoas colhessem, sem acumular excedente. A oferta é divina, mas a realização é humana.
A água e o maná podem ser vistos como prefiguração do corpo e sangue, na comunhão do Senhor. O corpo e o sangue, abençoados, partidos e comungados, de acordo com as palavras de Paulo (1Cor 10,16-17), é corpo e sangue de Cristo, formando a unidade que é a Igreja: há um só pão porque “somos um só corpo”.
E se alguém ainda não está acreditando, como os judeus, é o próprio Jesus que afirma, segundo o evangelho de João (6,51-58). Mas o que afirma Jesus?
Ele faz uma lista de afirmações: “Sou o pão vivo”; “quem comer desse pão terá vida eterna”; o pão “é minha carne”; se alguém não comer dessa carne nem beber esse sangue não terá vida; quem como e bebe “tem vida eterna”; quem come e bebe será ressuscitado “no último dia”; quem como e bebe, “permanece em mim e eu nele”; quem “me come viverá por causa de mim”.
Mas não se pode perder de vista a afirmação final: o pão (o maná) era um alimento divino, mas “vossos pais comeram e morreram”. Por isso a importância do pão e do vinho, que passam a ser alimento de vida: “minha carne é verdadeira comida e o meu sangue, verdadeira bebida”. É o pão e o vinho comungado que dão a vida, pois “Aquele que come este pão viverá para sempre.”
Esse pão e esse vinho, agora corpo e sangue, são diferentes daquele oferecido no deserto: “não é como aquele que os vossos pais comeram”. Este é o pão da vida.
Neri de Paula Carneiro
sábado, junho 06, 2020
Povo de cabeça dura
Nesta celebração da solenidade da Santíssima Trindade, retomando a caminhada do tempo comum, somos interpelados pelo gesto do amor do Deus Comunidade Trina. Essa interpelação tanto está expressa na leitura do livro do Êxodo (34,4b-6.8-9) como na carta de Paulo aos coríntios (2 Cor 13,11-13) e no evangelho de João (3,16-18).
Para entendermos o texto do Êxodo, precisamos situá-lo em seu contexto. Ou seja, precisamos nos lembrar de que num capítulo anterior o Povo de Deus havia quebrado a fidelidade, cultuando outras divindades. Em razão disso, Moisés quebra as tábuas da Lei. Mas Deus decide dar nova chance ao povo que, segundo Moisés é “um povo de cabeça dura” (34,9).
Mesmo diante da infidelidade o Senhor, por ser “ misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel” (34,6) já havia se decidido a dar nova oportunidade ao povo infiel. Por isso havia ordenado a Moisés entalhar novas tábuas e subir ao monte, para um novo encontro. E assim, diante do Senhor, Moisés intercede em favor do povo. O representante do povo infiel intercede ao Deus fiel. E como intercessor, Moisés faz dois pedidos importantes: primeiro pede ao Senhor: “caminha conosco”, pois as outras divindades, por serem falsos deuses, eram estáticos, fixos… Só o Deus da vida poderia acompanhar ao povo pecador. Por isso o segundo pedido de Moisés: “perdoa nossas culpas” (34,9).
Mas a súplica de Moisés só é compreensível se for colocada não na perspectiva humana, mas numa perspectiva divina. A perspectiva humana diz respeito ao fato atual, ao momento presente. Por isso é limitada e se insere apenas na história. Mas a perspectiva divina, que concede nova oportunidade, insere-se na perspectiva do amor eterno. Por isso foi que o Senhor “desceu na nuvem e permaneceu com Moisés”.
Descer e permanecer com seu povo é uma ação constante do Pai. Afinal, diferente das pseudo divindades, desde o início do livro do Êxodo mostra seu plano de fidelidade. O Senhor é um Deus que “ouve”, “vê”, desce e liberta seu povo (Ex. 3,7-10).
O programa do capítulo 3 se concretiza no capítulo 34. Moisés foi enviado pelo Senhor e como tal se torna intercessor em favor do povo. E, dessa forma entendemos o novo compromisso, novo estágio da Aliança de Deus com o povo (34,10). E isso também nos remete à carta de Paulo (2Cor 13,11-13).
Por amor a Jesus Cristo, o Filho, Paulo também se faz intercessor. Ao mesmo tempo que ora pela comunidade, orienta-a no sentido do “aperfeiçoamento”. Podemos dizer, portanto, que da mesma forma que o povo de Moisés estava se afastando do convívio com o Pai, a comunidade de Corinto estava se afastando dos ensinamentos de Jesus, transmitidos pelo apóstolo.
Em razão da divisão na comunidade, Paulo exorta-os a viver na concórdia; em razão dos atritos, estimula a paz. A orientação do apóstolo é clara: havendo concórdia, haverá paz; havendo paz, significa que ali está presente “ Deus do amor e da paz” (v11). E isso nos leva à saudação final do apóstolo. Na medida em que a comunidade se esforça para superar seus problemas e divisões pode, cada vez mais, contar com ajuda do Deus trindade. Havendo esforço humano, significa que não há rejeição. E se a comunidade não rejeita ao Senhor, então passa a ser merecedora da intercessão paulina: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós” (v 13).
Mas por quê estamos falando que essa presença divina depende da comunidade? Porque Deus se oferece constantemente, mas respeita o ser humano em suas vontades e decisões. O ser humano é livre para aderir ou não ao plano salvífico do Senhor.
E isso nos leva ao evangelho de João (3,16-18). Por amor, Deus nos envia seu filho, para nos conceder a vida eterna, como a nova tábua da lei, de Moisés. Entretanto, agora não se trata mais de letra morta, mas do próprio Senhor. Com a necessidade de observância de apenas um detalhe: Essa herança se destina a quem crê (v16).
E se alguém não seguir os princípios cristãos? E se alguém não acreditar? Não será Deus a recusá-lo, pois esta é uma questão de escolha. “Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado” (v 18).
O povo de coração duro, pode escolher livremente. E quem acredita, já fez a escolha.
Neri de Paula Carneiro
Para entendermos o texto do Êxodo, precisamos situá-lo em seu contexto. Ou seja, precisamos nos lembrar de que num capítulo anterior o Povo de Deus havia quebrado a fidelidade, cultuando outras divindades. Em razão disso, Moisés quebra as tábuas da Lei. Mas Deus decide dar nova chance ao povo que, segundo Moisés é “um povo de cabeça dura” (34,9).
Mesmo diante da infidelidade o Senhor, por ser “ misericordioso e clemente, paciente, rico em bondade e fiel” (34,6) já havia se decidido a dar nova oportunidade ao povo infiel. Por isso havia ordenado a Moisés entalhar novas tábuas e subir ao monte, para um novo encontro. E assim, diante do Senhor, Moisés intercede em favor do povo. O representante do povo infiel intercede ao Deus fiel. E como intercessor, Moisés faz dois pedidos importantes: primeiro pede ao Senhor: “caminha conosco”, pois as outras divindades, por serem falsos deuses, eram estáticos, fixos… Só o Deus da vida poderia acompanhar ao povo pecador. Por isso o segundo pedido de Moisés: “perdoa nossas culpas” (34,9).
Mas a súplica de Moisés só é compreensível se for colocada não na perspectiva humana, mas numa perspectiva divina. A perspectiva humana diz respeito ao fato atual, ao momento presente. Por isso é limitada e se insere apenas na história. Mas a perspectiva divina, que concede nova oportunidade, insere-se na perspectiva do amor eterno. Por isso foi que o Senhor “desceu na nuvem e permaneceu com Moisés”.
Descer e permanecer com seu povo é uma ação constante do Pai. Afinal, diferente das pseudo divindades, desde o início do livro do Êxodo mostra seu plano de fidelidade. O Senhor é um Deus que “ouve”, “vê”, desce e liberta seu povo (Ex. 3,7-10).
O programa do capítulo 3 se concretiza no capítulo 34. Moisés foi enviado pelo Senhor e como tal se torna intercessor em favor do povo. E, dessa forma entendemos o novo compromisso, novo estágio da Aliança de Deus com o povo (34,10). E isso também nos remete à carta de Paulo (2Cor 13,11-13).
Por amor a Jesus Cristo, o Filho, Paulo também se faz intercessor. Ao mesmo tempo que ora pela comunidade, orienta-a no sentido do “aperfeiçoamento”. Podemos dizer, portanto, que da mesma forma que o povo de Moisés estava se afastando do convívio com o Pai, a comunidade de Corinto estava se afastando dos ensinamentos de Jesus, transmitidos pelo apóstolo.
Em razão da divisão na comunidade, Paulo exorta-os a viver na concórdia; em razão dos atritos, estimula a paz. A orientação do apóstolo é clara: havendo concórdia, haverá paz; havendo paz, significa que ali está presente “ Deus do amor e da paz” (v11). E isso nos leva à saudação final do apóstolo. Na medida em que a comunidade se esforça para superar seus problemas e divisões pode, cada vez mais, contar com ajuda do Deus trindade. Havendo esforço humano, significa que não há rejeição. E se a comunidade não rejeita ao Senhor, então passa a ser merecedora da intercessão paulina: “A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo estejam com todos vós” (v 13).
Mas por quê estamos falando que essa presença divina depende da comunidade? Porque Deus se oferece constantemente, mas respeita o ser humano em suas vontades e decisões. O ser humano é livre para aderir ou não ao plano salvífico do Senhor.
E isso nos leva ao evangelho de João (3,16-18). Por amor, Deus nos envia seu filho, para nos conceder a vida eterna, como a nova tábua da lei, de Moisés. Entretanto, agora não se trata mais de letra morta, mas do próprio Senhor. Com a necessidade de observância de apenas um detalhe: Essa herança se destina a quem crê (v16).
E se alguém não seguir os princípios cristãos? E se alguém não acreditar? Não será Deus a recusá-lo, pois esta é uma questão de escolha. “Quem nele crê, não é condenado, mas quem não crê, já está condenado” (v 18).
O povo de coração duro, pode escolher livremente. E quem acredita, já fez a escolha.
Neri de Paula Carneiro
sexta-feira, maio 29, 2020
Ninguém pode dizer
Quando colocamos em paralelo as três leituras deste domingo de Pentecostes podemos notar alguns elementos importantes.
O primeiro desses elementos está na leitura dos Atos dos Apóstolos (2,1-11). “Os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar.”
E essa afirmação tem um ponto central: todos reunidos. Trata-se de uma comunidade reunida!
Quem estava reunido? Onde e por que estavam reunidos? A afirmação da reunião oferece a primeira resposta: os discípulos estavam reunidos. Para saber onde se reuniam precisamos voltar ao capítulo 1 do livro dos Atos do Apóstolos. Nos versículos 12 e 13 somos informados de que após acompanharem a ascensão do Senhor os discípulos voltaram a Jerusalém e foram para uma sala “onde costumavam ficar” (1,13), quando Jesus ainda andava com eles pelas cidades.
Quanto ao motivo de se reunirem, podemos enumerar vários: o primeiro deles possivelmente era o medo, como afirma João (20,19-23) no texto do evangelho. Podemos acreditar que esse motivo seja real, pois João estava entre os que se reuniam. Outro motivo é a orientação de Jesus (At 1,4), que lhes disse para não se afastarem de Jerusalém até que se cumprisse a promessa do Pai. Um terceiro motivo é a fidelidade à orientação de Jesus: esperar o batismo no Espírito, (1,5). Se prestarmos atenção ao texto do evangelho, notaremos um quarto motivo: acolher a paz do Senhor (Jo 20,19). Como consequência da paz, vem um quinto motivo para os discípulos estarem reunidos: a missão. Serem enviados, como o Pai enviou a Jesus. (Jo 20,21). Podemos enumerar, ainda, um sexto motivo, expresso no texto que narra o nosso Pentecostes: o forte vento do Espírito e as línguas de fogo (2,2-3).
Com base nisso, quase sempre nos detemos nesse aspecto do cumprimento da promessa: O Espírito foi dado como força e como fogo purificador.
Mas será que não podemos perceber mais um motivo para os discípulos terem permanecido reunidos?
Vejamos o que nos ensina Paulo, na carta aos coríntios (12,3b-7.12-13): reconhecer Jesus como Senhor, é dom do Espírito; a diversidade de dons, é dom do Espírito; a diversidade de ministérios, é dom do Espírito… (v 3-5). Até aqui, tudo indica que a permanência em união tem a ver com o Espírito, seus dons e sua força. Mas quando nos concentramos nas palavra de Paulo e de Jesus, podemos perceber algo a mais, nessa importante reunião.
Notemos que Paulo não faz, apenas, uma lista de dons do Espírito. Ele explica o motivo do Espírito conceder os dons. Eles são dados: “em vista do bem comum.” O bem de todos os membros que formam o corpo que tem a Cristo como cabeça (v 12). o bem comum, portanto, é o bem da comunidade.
Cristo é a cabeça de um corpo, mas que corpo é esse? O corpo nada mais é do que a própria Igreja. A Igreja é o corpo de Cristo e Cristo é a cabeça da Igreja. E a Igreja é a comunidade dos que se reúnem pelo Espírito, em nome de Cristo.
Mas isso não é tudo. Foi à Igreja que Jesus dirigiu suas palavras finais, neste texto de João. E aqui está, talvez, o mais importante motivo dos discípulos terem permanecido reunidos: receber o dom de ser mediador do perdão (Jo, 20,23). Embora o perdão dos pecados seja um dom divino, Jesus, pela mediação do Espírito, concede esse dom à Igreja.
Por mandato divino a Igreja é mediadora do perdão. Perdão como dom trinitário, pois ao anunciar o perdão, a Igreja o concede “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
O envio feito por Jesus, é uma missão para o perdão: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (Jo 20,23).
De fato, “ninguém pode dizer Jesus Cristo é o Senhor, a não ser pelo Espírito” (1 Cor 12,3). Mas essa profissão de fé só tem sentido, para uma vida eclesial. É na comunidade que podemos proclamar e reconhecer que Jesus é o Senhor.
O primeiro desses elementos está na leitura dos Atos dos Apóstolos (2,1-11). “Os discípulos estavam todos reunidos no mesmo lugar.”
E essa afirmação tem um ponto central: todos reunidos. Trata-se de uma comunidade reunida!
Quem estava reunido? Onde e por que estavam reunidos? A afirmação da reunião oferece a primeira resposta: os discípulos estavam reunidos. Para saber onde se reuniam precisamos voltar ao capítulo 1 do livro dos Atos do Apóstolos. Nos versículos 12 e 13 somos informados de que após acompanharem a ascensão do Senhor os discípulos voltaram a Jerusalém e foram para uma sala “onde costumavam ficar” (1,13), quando Jesus ainda andava com eles pelas cidades.
Quanto ao motivo de se reunirem, podemos enumerar vários: o primeiro deles possivelmente era o medo, como afirma João (20,19-23) no texto do evangelho. Podemos acreditar que esse motivo seja real, pois João estava entre os que se reuniam. Outro motivo é a orientação de Jesus (At 1,4), que lhes disse para não se afastarem de Jerusalém até que se cumprisse a promessa do Pai. Um terceiro motivo é a fidelidade à orientação de Jesus: esperar o batismo no Espírito, (1,5). Se prestarmos atenção ao texto do evangelho, notaremos um quarto motivo: acolher a paz do Senhor (Jo 20,19). Como consequência da paz, vem um quinto motivo para os discípulos estarem reunidos: a missão. Serem enviados, como o Pai enviou a Jesus. (Jo 20,21). Podemos enumerar, ainda, um sexto motivo, expresso no texto que narra o nosso Pentecostes: o forte vento do Espírito e as línguas de fogo (2,2-3).
Com base nisso, quase sempre nos detemos nesse aspecto do cumprimento da promessa: O Espírito foi dado como força e como fogo purificador.
Mas será que não podemos perceber mais um motivo para os discípulos terem permanecido reunidos?
Vejamos o que nos ensina Paulo, na carta aos coríntios (12,3b-7.12-13): reconhecer Jesus como Senhor, é dom do Espírito; a diversidade de dons, é dom do Espírito; a diversidade de ministérios, é dom do Espírito… (v 3-5). Até aqui, tudo indica que a permanência em união tem a ver com o Espírito, seus dons e sua força. Mas quando nos concentramos nas palavra de Paulo e de Jesus, podemos perceber algo a mais, nessa importante reunião.
Notemos que Paulo não faz, apenas, uma lista de dons do Espírito. Ele explica o motivo do Espírito conceder os dons. Eles são dados: “em vista do bem comum.” O bem de todos os membros que formam o corpo que tem a Cristo como cabeça (v 12). o bem comum, portanto, é o bem da comunidade.
Cristo é a cabeça de um corpo, mas que corpo é esse? O corpo nada mais é do que a própria Igreja. A Igreja é o corpo de Cristo e Cristo é a cabeça da Igreja. E a Igreja é a comunidade dos que se reúnem pelo Espírito, em nome de Cristo.
Mas isso não é tudo. Foi à Igreja que Jesus dirigiu suas palavras finais, neste texto de João. E aqui está, talvez, o mais importante motivo dos discípulos terem permanecido reunidos: receber o dom de ser mediador do perdão (Jo, 20,23). Embora o perdão dos pecados seja um dom divino, Jesus, pela mediação do Espírito, concede esse dom à Igreja.
Por mandato divino a Igreja é mediadora do perdão. Perdão como dom trinitário, pois ao anunciar o perdão, a Igreja o concede “em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”.
O envio feito por Jesus, é uma missão para o perdão: “A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados” (Jo 20,23).
De fato, “ninguém pode dizer Jesus Cristo é o Senhor, a não ser pelo Espírito” (1 Cor 12,3). Mas essa profissão de fé só tem sentido, para uma vida eclesial. É na comunidade que podemos proclamar e reconhecer que Jesus é o Senhor.
Neri de Paula Carneiro
sábado, maio 23, 2020
Olhando para o céu
(Reflexões baseadas em: Atos dos Apóstolos 1,1-11; Efésios 1,17-23; Mateus 28,16-20)
Neste dia da Ascensão do Senhor, nos é apresentado um programa do vida. Podemos segui-lo ou não. Mas não há como ignorar o apelo.
Podemos dizer não, mas isso não significa que o convite não nos foi feito.
Mas qual é o convite?
Saber para onde olhar. E dirigir nossos passos, nossa vida, nessa direção.
Como saber qual é essa direção?
O autor dos Atos dos Apóstolos (At 1,1-11) nos ajuda a entender.
Dirige seu escrito a Teófilo. E quem é esse personagem? Talvez nunca tenhamos certeza, mas podemos fazer uma suposição. Teófilo significa Amigo de Deus. E quem é “amigo de Deus”? Muito mais do que uma pessoa, trata-se da própria comunidade daqueles que seguem os ensinamentos de Jesus. Dizemos isso a partir da prática de Jesus, visto que ele sempre esteve rodeados de seguidores, seus amigos. E hoje, nós somos essa comunidade dos seguidores de Jesus. Portanto o texto é dirigido a nós.
Notemos que Jesus, antes de partir, dá “instruções pelo Espírito Santo, aos apóstolos que tinha escolhido” (At 1,2). Entretanto, os discípulos ainda não haviam entendido sua mensagem, pois indagam: “é agora que vais restaurar o Reino em Israel?”(At 1,6). Talvez por isso eles permaneceram parados, “olhando para o céu” (At 1,10-11).
O fato é que a proposta de Jesus é muito mais radical. Ele não nos quer parados, “olhando para o céu” . Não nos quer parados, abobalhados, em adoração descomprometida. Ele nos quer como testemunhas. Para isso concede os dons do Espírito de Amor: “para serdes minhas testemunhas em Jerusalém, em toda a Judeia e na Samaria, e até os confins da terra.” (At 1,7)
Aos discípulos e apóstolos coube a missão de testemunhar sua proposta “até os confins da terra”. Impelidos pelo Espírito os discípulos cumpriram essa missão e a proposta de Jesus chegou a nós que somos, hoje, os Teófilo/amigos de Deus. E, batizados que somos, temos a mesma missão: Ser testemunha!
Essa condição de testemunha pode nos parecer estranha ou pode nos gerar a indagação: em que consiste o ser testemunha?
Paulo, na carta aos Efésios (1,17-23), ajuda nessa compreensão. Primeiro afirma que o Pai, merecedor de glória, conferirá o Espírito de sabedoria. É Ele que confere o conhecimento e a esperança que consiste em acompanhar a Jesus sentado junto ao Pai, como cabeça da Igreja.
Ou seja, ser testemunha implica em que o cristão, corpo da Igreja, da qual Jesus é a cabeça, mantenha-se fiel à missão de Cristo. A plenitude do corpo é estar associado à cabeça.
Ser testemunha, além disso, não é permanecer prostrados diante do Senhor, como os discípulos, na narrativa de Mateus (Mt 28,16-20). Permanecer prostrado, ou seja, com a cabeça no chão, tem a mesmo alcance negativo do “olhando para o céu”. Essa é a atitude do descompromisso. Quem está descomprometido com a missão pode se dar ao luxo de permanecer “olhando para o céu” ou prostrado, imóvel, nessa posição não vê a realidade sofrida do povo a qual deve ser transformada a partir do testemunho.
Estar prostrado ou olhando para o céu é a postura oposta ao ser testemunha. Isso não significa que não se possa reconhecer a divindade de Jesus (prostrar-se), nem almejar nosso destino (olhar para o céu). Significa, sim estar aberto para receber a missão.
Ser testemunha, portanto, é estar pronto colocando-se em posição de quem deseja colaborar com a missão ao receber a incumbência de ir e fazer discípulos, como Jesus orienta: “ide e fazei discípulos meus todos os povos, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, e ensinando-os a observar tudo o que vos ordenei!” (Mt 28,19-20).
Faz-se necessário que nós cristãos façamos uma revisão em relação aos nossos propósitos de vida. Com certeza é necessário alimentar a esperança, e por isso se deve olhar para o céu. Com certeza se deve reconhecer no Senhor seu poder, e por isso prostrar-se em adoração. Mas, também com certeza, a adoração e a esperança precisam de uma dimensão ativa: agir no mundo, não só batizando, mas principalmente ajudando todos a na observância do que nos foi ensinado. Faz-se necessária a postura ativa para transformar as estruturas que produzem dor e morte.
Jesus não permanece conosco porque o adoramos e mantemos a esperança do céu, mas porque colaboramos em sua obra. É a necessidade da colaboração com o Senhor que ocasionou a interpelação do anjo: Por que estais ai olhando para o céu? É a colaboração com a missão que assegura a promessa: “Eis que eu estarei convosco todos os dias, até ao fim do mundo” (Mt 28,20).
Cada um de nós pode se perguntar: qual é meu programa de vida? Como estou respondendo ao apelo do Senhor? Descomprometidos, olhando para o céu ou comprometidos com o testemunho?
Neri de Paula Carneiro.
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador
Outros escritos do autor:
Filosofia, História, Religião: https://www.webartigos.com/index.php/autores/npcarneiro;
Literatura:https://www.recantodasletras.com.br/autor.php?id=220242
sábado, maio 16, 2020
O mundo não é capaz
6º domingo da páscoa
A primeira leitura deste sexto domingo do tempo pascal (At 8,5-8.14-17) nos leva a algumas indagações: Como e qual é a nossa atitude quando sabemos que um amigo ou conhecido está realizando algo com sucesso?
Caso a pergunta nos fosse feita, certamente responderíamos que nos alegramos com nosso amigo. Diríamos que torcemos pelo seu sucesso. Mas, lá no íntimo de nossa vida, será que não sentimos uma pitada de inveja? Muitas vezes perguntamos: Porque ele e não eu?
Não foi essa a postura dos apóstolos de Jerusalém, quando souberam do sucesso de Felipe. Pelo contrário. Alegraram-se ao ponto de lhe enviar reforços: “Os apóstolos, que estavam em Jerusalém, souberam que a Samaria acolhera a Palavra de Deus, e enviaram lá Pedro e João” (v 14).
Esse envio não foi por inveja, nem por desconfiança, mas porque Pedro e João seriam palavras solidárias e auxílio no avanço missionário. Os dois confirmaram o apostolado de Felipe e, graças a isso, os samaritanos “receberam o Espírito Santo” (v 17), assumindo a plenitude da fé cristã.
Essa plenitude tem como consequência o engajamento na ação evangelizadora. Não somente como pregação, mas como atitude cotidiana de guardar ou seguir os mandamentos de Jesus, como ele sugere: “Se me amais, guardareis os meus mandamentos” (Jo 14,15).
Quase como uma continuação do que os apóstolos realizaram na comunidade samaritana, inserem-se as palavras da primeira carta de Pedro (3,15-18).
Consciente de que os seguidores de Jesus poderiam ser questionados pelas autoridades por optarem e adotarem uma nova fé, Pedro orienta aos cristãos. Faz uma séria advertência dizendo que os cristãos devem estar “sempre prontos a dar razão da vossa esperança a todo aquele que vo-la pedir” (v15).
E qual a razão da esperança do cristão?
É uma só: a Paixão de Cristo. O cristão, acima de qualquer contratempo ou dificuldade, deve sempre se lembrar que “Cristo morreu, uma vez por todas, por causa dos pecados, o justo, pelos injustos, a fim de nos conduzir a Deus” (v 18)
Mas para isso existem alguns critérios. E um deles é a mansidão e o respeito, mesmo diante das difamações, a postura do cristão não é a da beligerância nem a vingança, nem a hostilidade, mas, tão somente, a mansidão e o respeito. A mansidão que implica em não cair no desespero e o respeito que consiste em não revidar agressivamente ao agressor.
Como o cristão pode assim proceder? Confiando no “Defensor” mencionado por João, no evangelho (14,15-21)
O Defensor prometido é um só: “o Espírito da Verdade, que o mundo não é capaz de receber”. Defensor, Espírito de Verdade, Espírito de Amor… o Espírito Santo que, de junto do Pai, Jesus envia para e sobre aqueles que são capazes de guardar os mandamentos.
Em que consiste a guarda do mandamento?
Algumas pistas nos são dadas nas leituras deste domingo: ao ver o sucesso do outro, não devemos nos alimentar de inveja, mas nos enchermos de alegria e, sempre que possível, manter a disposição em ajudar para que esse sucesso seja ainda maior. Mas ajudar de forma desinteressada, pois quando o outro se eleva, somos elevados com ele.
Além disso, é necessário manter a mansidão e o respeito, pois o desespero não é um sentimento condizente com a fé cristã. O desespero é uma negação da esperança, que é o alimento da fé cristã.
E, por fim, manter-se aberto à ação do Espírito de Verdade que é a presença do próprio Deus em nós, uma vez que o próprio Jesus afirmou: “Não vos deixarei órfãos” (v 18). É isso o que diz o Senhor: “eu estou no meu Pai e vós em mim e eu em vós” (v 20), ou seja, somos um só corpo com Deus em nós.
Esse é o clima de sintonia que o mundo não pode dar, pois não conhece essa alegria, e por isso o mundo não é capaz de oferecer. Isso é dom de Deus.
Neri de Paula Carneiro
sábado, maio 09, 2020
Escolham entre vós
5º domingo da Pascoa
O tempo pascal é rico em exemplos de como deve ser nossa postura para vivermos como Igreja de Jesus. Na liturgia deste quinto domingo alguns desses exemplos podem ser notados.
O primeiro deles vem justamento da primeira leitura (At 6,1-7).
O número dos discípulos havia aumentado.
Mas por qual motivo?
O aumento se deu por conta da pregação dos apóstolos. Por isso não podem interromper a pregação e precisam de ajuda para suprir as demais necessidades da Igreja.
Os últimos acontecimentos, como comentavam os “discípulos de Emaús”, estavam fazendo com que as pessoas que viram ou ouviram sobre o que havia ocorrido com Jesus “profeta poderoso em obras e palavras” (Lc 24,19), estava provocando duas posturas, diante da pregação: muitos passavam a crer, devido à pregação dos apóstolos; e outros, principalmente entre os líderes dos judeus, ameaçavam os discípulos.
Mas entre os que abraçavam a fé também havia divisões: os de origem judaica sentiam-se ou queriam privilégios, com isso, os convertidos do paganismo e os pobres estavam sendo excluídos. E aqui está a primeira lição: não é o fato de estarmos numa posição privilegiada que nos autoriza a menosprezar ou excluir os demais. Nossa posição privilegiada, só tem sentido cristão, se nos colocarmos a serviço de todos. Esse é o sentido do diaconato, não só ter “boa fama” e ser “repleto do Espírito e de sabedoria” (At 6,3). Ser cristão, portanto, é ser servidor.
Como consequência desse primeiro ensinamento, vem o segundo, exposto na primeira carta de Pedro (2,4-9).
De quê se trata este novo ensinamento?
Aqui é feita uma proposta para que tomemos uma atitude: Qual postura assumir, diante da “pedra angular”, da pedra de apoio? (Cabe destacar que a referência à pedra é para lembrar a ideia de firmeza; a pedra proporciona sustentação e firmeza na construção). Jesus é a pedra porque somente d’Ele vem a segurança.
Aquele que não se apoia nessa “pedra”, nela tropeçará, cairá, será confundido e se perderá… Mas aqueles que se apoia na “pedra viva, rejeitada pelos homens (v4)”, esse não será confundido, mas poderá fazer parte da “nação santa”; sairá “das trevas para a sua luz maravilhosa.”(v9).
Um terceiro ensinamento nos é apresentado pelo próprio Jesus.
No evangelho de João (14,1-12), Jesus se apresenta como Caminho para o Pai. E aqui também temos duas posturas que nos convidam a tomada de posição a fim de nos definirmos diante do Senhor e do próprio Pai.
Uma é a postura de Felipe que, depois de tanto tempo de convivência, pede ao Senhor: “Mostra-nos o pai”.
Muitos de nós frequentamos a comunidade/Igreja, mas vivemos em nosso dia a dia como se Deus fosse somente uma ideia ou um ser distante; um ser com o qual se pode manter algum contato um dia por semana, na missa ou nalguma celebração dominical. E isso mostra que, de fato não o conhecemos pois Ele é uma presença constante e pede constância de nossa parte “a fim de que onde eu estiver estejais também vós” (v3).
Outra é a postura de Jesus, que convida a segui-lo, pois Ele é “o caminho, a verdade e a vida”. A fé nesse caminho, leva a verdade e quem segue a verdade de Jesus poderá conviver com Ele na morada por ele preparada: “Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, eu vos teria dito. Vou preparar um lugar para vós” (v 2).
E a nós cabe procurar realizar as obras por ele ensinadas. E o critério para realizar essas obras é o ato de fé “quem acredita em mim fará as obras que eu faço, e fará ainda maiores” (v12).
Mas, qual é a obra do Senhor?
A promoção da vida: “eu vim para que tenhais vida e vida em abundância” (Jo 10,1-10).
A nós, portanto, cabe escolher: Manter as aparências fazendo de conta que somos piedosos, pois frequentamos a casa de Deus; ou ajudar a promover a vida.
No começo da Igreja, os apóstolos sugeriram o caminho: “Escolham entre vós”… mas hoje, cabe a nós aprender os ensinamentos apresentados na pregação e no serviços desses homens sábios e piedosos.
Neri de Paula Carneiro
terça-feira, maio 05, 2020
À sombra da bandeira
Pode parecer antiquado, mas no tempo em que a gente estudava Educação Moral e Cívica, aprendíamos sobre os símbolos nacionais. Eles, muito mais do que o Brasil, representam o povo brasileiro. Dois deles são muito expressivos para nosso povo: o Hino Nacional e a Bandeira Nacional.
Basta ver os dias em que ocorrem (ou ocorriam) jogos da seleção brasileira. Há uma efervescência de sentimento de brasilidade que dá gosto de ver: os torcedores vestindo o verde-amarelo e fazendo coro ao som do hino nacional, no início do jogo. E mais ainda, quando a banda para de tocar, ao terminar a primeira parte do hino, a multidão do estádio continua cantando e balançando a bandeira… e em muitas residências pelo Brasil afora a bandeira e o hino repercutem o som do estádio.
É pleno o sentimento de brasilidade.
Também está presente, a bandeira e o hino, em inúmeras manifestações nas quais o povo, nas ruas, demonstra seu sentimento e capacidade de exercer a cidadania: cobrando direitos, propondo rumos, expondo mazelas do mundo político para as quais exige o cumprimento da lei e a punição dos bandidos disfarçados de representantes do povo.
É digno. É nobre. Nada é mais bonito que um povo espelhando-se em sua bandeira e a empunha para defender o pais, cantando o hino que representa a todos os brasileiros.
Hino e Bandeira que representa TODOS os brasileiros.
Hino e Bandeira que representa todos os BRASILEIROS.
Nosso hino e nossa bandeira, só a nós representam. Representam a nós que somos brasileiros.
Evidentemente outras nações são representadas por outros hinos e outras bandeiras, mas aquela verde, amarela azul e branca a nós representa; aquele tom marcial do “Ouviram, do Ipiranga”… é a nós que representa. Somos nós ali presentes!
E deixemos outros povos que sejam representados por outros hinos e bandeiras.
Mas existem pessoas, em nosso país, que nasceram aqui, vivem aqui… mas que reverenciam OUTRAS BANDEIRAS.
E não são poucas pessoas assim: Traidores da pátria!
Estou me referindo à manifestação do dia 03 de maio de 2020, em frente ao Palácio da Alvorada. Não é um simbolo nacional, mas é o centro político do país.
E nesse dia (3/5/2020) em frente ao Palácio, um grupo se apresentou como TRAIDORES DA PÁTRIA. Claro alguns deles empunhavam a bandeira verde-amarela. Mas não eram essas as cores que defendiam.
Quem viu a cena, na internet ou na TV, deve saber de que estou falando. Alguns dos manifestantes, dizendo apoiar o inominável presidente, empunhavam outras bandeiras. Alguns traidores disfarçavam-se de brasileiros, mas flamejavam bandeiras de outras nações.
Quem viu a cena, na internet ou na TV, deve ter percebido que entre as bandeiras do Brasil, alguns empunhavam a bandeira de Israel e dos Estados Unidos.
Mas o pior é que do lado de dentro do alambrado o presidente inominável se fazia acompanhar por três bandeiras. Um traidor, ao lado dos demais, carregava um estandarte com a bandeira de Israel e, no mesmo mastro, a dos Estados Unidos, ambas fazendo sobra para o presidente. E, carregada por uma criança, quase rastejando, a bandeira do Brasil.
Num ato de traição à pátria, aquele que se faz chamar presidente desfilou serenamente e ostentando um certo orgulho, à sobra da bandeira americana e da estrela de Davi, na bandeira dos judeus.
Que defensores da pátria são esses? Se é que defendem uma pátria não é a nossa verde amarela.
Que presidente é esse? Se fosse presidente do Brasil e, de fato, representasse a nação brasileira, não aceitaria uma bandeira estrangeira lhe fazendo sobra. Nem apresentaria continência à bandeira de outro país, como o fez tempos atrás.
É verdade o que os veículos de comunicação comentaram largamente: Essa foi uma manifestação antidemocrática, pois defendia o fim de dois pilares da democracia (o parlamento e o judiciário); e também atentando contra a constituição, pois instigava rebeldia e desobediência ao preceito da harmonia dos poderes. Mas a principal demonstração ali ocorrida foi uma ostensiva traição à pátria.
O presidente e seus animaizinhos amestrados não agem em defesa e pelos interesses do Brasil. Eles são ratinhos dos interesses dos americanos… e dos banqueiros judeus.
Em nome da democracia respeito e entendo aqueles eleitores que ajudaram a eleger esse presidente. A democracia só existe quando existem ideias e ideais distintos que dialogam e se respeitam. Mas não dá para entender como é que muitos continuam aceitando ser manipulados em defesa de interesses estranhos ao do povo brasileiro. Que continuem a ajudar no processo de instalação da crise.
É inadmissível que pessoas inteligentes e que buscavam alternativas para a moralidade do país, continuem aceitando ser usados ou apoiando iniciativas que estão dividindo o país.
Falam tanto, de forma meio anacrônica, contra o comunismo (saberiam me explicar o que é isso que tanto temem?), mas estão abrindo as pernas para outro demônio que se faz representar por uma bandeira com cores branca, vermelha e azul. Tanto temem o alegado “vermelho comunista”, mas aquele que os domesticou também ostenta o vermelho em sua bandeira.
Já que o presidente e seus “miquinhos amestrados” aceitam caminhar à sobra de uma bandeira estrangeira, vamos recuperar nossa nação e, cantando nosso hino, levantar nossa bandeira verde amarela, símbolo e sinal do povo brasileiro que somos nós. Mesmo com ideias distintas vamos nos unir em defesa do Brasil e do povo que o constrói cotidianamente.
Neri de Paula Carneiro
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador
Rolim de Moura - RO
Basta ver os dias em que ocorrem (ou ocorriam) jogos da seleção brasileira. Há uma efervescência de sentimento de brasilidade que dá gosto de ver: os torcedores vestindo o verde-amarelo e fazendo coro ao som do hino nacional, no início do jogo. E mais ainda, quando a banda para de tocar, ao terminar a primeira parte do hino, a multidão do estádio continua cantando e balançando a bandeira… e em muitas residências pelo Brasil afora a bandeira e o hino repercutem o som do estádio.
É pleno o sentimento de brasilidade.
Também está presente, a bandeira e o hino, em inúmeras manifestações nas quais o povo, nas ruas, demonstra seu sentimento e capacidade de exercer a cidadania: cobrando direitos, propondo rumos, expondo mazelas do mundo político para as quais exige o cumprimento da lei e a punição dos bandidos disfarçados de representantes do povo.
É digno. É nobre. Nada é mais bonito que um povo espelhando-se em sua bandeira e a empunha para defender o pais, cantando o hino que representa a todos os brasileiros.
Hino e Bandeira que representa TODOS os brasileiros.
Hino e Bandeira que representa todos os BRASILEIROS.
Nosso hino e nossa bandeira, só a nós representam. Representam a nós que somos brasileiros.
Evidentemente outras nações são representadas por outros hinos e outras bandeiras, mas aquela verde, amarela azul e branca a nós representa; aquele tom marcial do “Ouviram, do Ipiranga”… é a nós que representa. Somos nós ali presentes!
E deixemos outros povos que sejam representados por outros hinos e bandeiras.
Mas existem pessoas, em nosso país, que nasceram aqui, vivem aqui… mas que reverenciam OUTRAS BANDEIRAS.
E não são poucas pessoas assim: Traidores da pátria!
Estou me referindo à manifestação do dia 03 de maio de 2020, em frente ao Palácio da Alvorada. Não é um simbolo nacional, mas é o centro político do país.
E nesse dia (3/5/2020) em frente ao Palácio, um grupo se apresentou como TRAIDORES DA PÁTRIA. Claro alguns deles empunhavam a bandeira verde-amarela. Mas não eram essas as cores que defendiam.
Quem viu a cena, na internet ou na TV, deve saber de que estou falando. Alguns dos manifestantes, dizendo apoiar o inominável presidente, empunhavam outras bandeiras. Alguns traidores disfarçavam-se de brasileiros, mas flamejavam bandeiras de outras nações.
Quem viu a cena, na internet ou na TV, deve ter percebido que entre as bandeiras do Brasil, alguns empunhavam a bandeira de Israel e dos Estados Unidos.
Mas o pior é que do lado de dentro do alambrado o presidente inominável se fazia acompanhar por três bandeiras. Um traidor, ao lado dos demais, carregava um estandarte com a bandeira de Israel e, no mesmo mastro, a dos Estados Unidos, ambas fazendo sobra para o presidente. E, carregada por uma criança, quase rastejando, a bandeira do Brasil.
Num ato de traição à pátria, aquele que se faz chamar presidente desfilou serenamente e ostentando um certo orgulho, à sobra da bandeira americana e da estrela de Davi, na bandeira dos judeus.
Que defensores da pátria são esses? Se é que defendem uma pátria não é a nossa verde amarela.
Que presidente é esse? Se fosse presidente do Brasil e, de fato, representasse a nação brasileira, não aceitaria uma bandeira estrangeira lhe fazendo sobra. Nem apresentaria continência à bandeira de outro país, como o fez tempos atrás.
É verdade o que os veículos de comunicação comentaram largamente: Essa foi uma manifestação antidemocrática, pois defendia o fim de dois pilares da democracia (o parlamento e o judiciário); e também atentando contra a constituição, pois instigava rebeldia e desobediência ao preceito da harmonia dos poderes. Mas a principal demonstração ali ocorrida foi uma ostensiva traição à pátria.
O presidente e seus animaizinhos amestrados não agem em defesa e pelos interesses do Brasil. Eles são ratinhos dos interesses dos americanos… e dos banqueiros judeus.
Em nome da democracia respeito e entendo aqueles eleitores que ajudaram a eleger esse presidente. A democracia só existe quando existem ideias e ideais distintos que dialogam e se respeitam. Mas não dá para entender como é que muitos continuam aceitando ser manipulados em defesa de interesses estranhos ao do povo brasileiro. Que continuem a ajudar no processo de instalação da crise.
É inadmissível que pessoas inteligentes e que buscavam alternativas para a moralidade do país, continuem aceitando ser usados ou apoiando iniciativas que estão dividindo o país.
Falam tanto, de forma meio anacrônica, contra o comunismo (saberiam me explicar o que é isso que tanto temem?), mas estão abrindo as pernas para outro demônio que se faz representar por uma bandeira com cores branca, vermelha e azul. Tanto temem o alegado “vermelho comunista”, mas aquele que os domesticou também ostenta o vermelho em sua bandeira.
Já que o presidente e seus “miquinhos amestrados” aceitam caminhar à sobra de uma bandeira estrangeira, vamos recuperar nossa nação e, cantando nosso hino, levantar nossa bandeira verde amarela, símbolo e sinal do povo brasileiro que somos nós. Mesmo com ideias distintas vamos nos unir em defesa do Brasil e do povo que o constrói cotidianamente.
Neri de Paula Carneiro
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador
Rolim de Moura - RO
sábado, maio 02, 2020
Esse a quem crucificastes
4 domingo do tempo pascal
A liturgia de hoje pode ser vista como uma continuação do discurso de Pentecostes. Ela tem como pontos de reflexão, inicialmente a leitura de At 2,14.36-41, a continuação do discurso de Pedro.
Como é Pedro quem está com a palavra, ele começa com a acusação: “Esse Jesus, que vós crucificastes”.
Não foram os soldados, nem o império Romano dominador e explorador, que matou Jesus. Os causadores e promotores do seu assassinato foi a “casa de Israel”.
Isso ocorreu, entretanto não a partir e com base no poder dos homens, mas do próprio Deus, por isso Ele “o constituiu Senhor e Cristo”. Com isso o apóstolo está afirmando: vós o crucificastes, mas o dom de Deus supera suas mesquinharias, suas invejas, suas injustiças.
Pedro disse, com seu discurso, que aos algozes cabem duas opções: continuar a perseguir aos seguidores do crucificado, como o que fizeram vários judeus; ou entrar num processo de arrependimento e adesão, pelo batismo.
Aqueles que se arrependerem e aderirem ao projeto do Cristo terão como recompensa os dons do Espírito de Amor.
Mas, quais os critérios para o seguimento? Como devem se comportar aqueles que se arrependerem? Os critérios estão na segunda leitura (1 Ped 2,20-25).
Em sua carta Pedro oferece algumas diretrizes: “para isto fostes chamados”.
E o chamado é para suportar pacientemente as adversidades.
A paciência é o caminho para a vitória. Entretanto, uma coisa deve ficar clara: ser paciente, não é ser passivo. Ser paciente é preparar-se para ser instrumento da implantação das propostas do Reino, que consiste na justiça para todos. Ser paciente não é agir ou reagir pela violência. Ser paciente é colaborar com aquele que “julga com justiça”.
E a justiça para aqueles que se encaminham para o Reino não é a mesma dos homens maus. A justiça do Reino é a vida. E esse é o ensinamento de Jesus (Jo 10,1-10): ele veio para os seus com uma finalidade: “que tenham Vida em abundância”
A quem os Judeus crucificaram? Não foi a um malfeitor, pois se assim fosse, esse malfeitor não teria entrado pela porta, de modo que todos pudessem ver. O malfeitor vem sorrateiramente. Quando nos damos pela coisa, o malfeitor já está aí.
Jesus fez tudo às claras por isso ele é a porta… e também, o pastor a quem as ovelhas, que somos nós, seguem para as verdes pastagens.
Cabe ressaltar, ainda, que muitos se apresentam como se fossem o pastor, apontando uma porta falsa. Uma porta que não conduz à vida. Todos aqueles que se apresentam com boas e belas palavras, mas não oferecem “vida em abundancia”, não são nem a porta nem o bom pastor.
Quem não oferece vida em abundância é o ladrão: dos sonhos, das esperanças, da união… esse ladrão, na realidade, é a personificação do diabo, pois com suas palavras e gestos e falsas promessas não conduz à união da comunidade, mas leva à divisão e à morte.
Jesus é categórico ao dizer que “O ladrão não vem senão para furtar, matar e destruir. Eu vim para que as ovelhas tenham vida e para que a tenham em abundância".
Neri de Paula Carneiro
sábado, abril 25, 2020
Ao partir o pão
A liturgia deste domingo de Páscoa nos permite algumas linhas de reflexão.
Uma delas pode ser lida acessando o link: https://www.webartigos.com/artigos/atos-dos-apostolos-homens/13581. Trata-se de uma das aulas de um curso sobre os Atos dos Apóstolos.
Nesse texto podemos entender o discurso de Pedro dentro do conexo e da proposta literária do livro de Atos dos Apóstolos. E isso nos leva à conclusão de que Pedro nos confere uma missão: continuar a ação dos apóstolos, movidos pela ação do Espírito de Vida.
Outra linha de reflexão pode ser seguida a partir da leitura do Evangelho. E para esta celebração é escolhido o texto de Lucas 24, 13-35, também conhecido com episódio dos discípulos de Emaús.
Aqui podemos aprender com aquilo que se pode chamar de “pedagogia de Jesus”. O ressuscitado, primeiro se apresenta e indaga sobre o problema que aflige os caminhantes (v 17). E os discípulos apresentam a realidade, o problema que atinge ao grupo: a perda de um “profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e do povo” (v 19). Eles expressam sua tristeza e frustração pois esperavam que Jesus “fosse libertar Israel”.
Por sua vez, Jesus contextualiza sua atuação, seu ministério, sua missão a partir das escrituras: “explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.”(v 27). E a ação de Jesus provoca a reação dos caminhantes: Jesus diz que vai adiante e eles argumentam com a hospitalidade: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” (v 29).
Ocorre, então a parte central desse discurso de Lucas: primeiro os olhos (o coração, a mente, a postura) dos discípulos se abrem no gesto de repartir do pão. Em seguida se dá a tomada de decisão “eles se levantaram” (v33) e partiram para o anúncio.
E o que foi anunciado? Jesus caminha ao nosso lado, ele se manifesta, se deixa reconhecer “ao partir o pão” (v 35).
A liturgia do terceiro domingo da Páscoa, portanto é um convite e um desafio: o discípulo é convidado a ser anunciador da Ressurreição. Proponente de uma vida nova!
Uma delas pode ser lida acessando o link: https://www.webartigos.com/artigos/atos-dos-apostolos-homens/13581. Trata-se de uma das aulas de um curso sobre os Atos dos Apóstolos.
Nesse texto podemos entender o discurso de Pedro dentro do conexo e da proposta literária do livro de Atos dos Apóstolos. E isso nos leva à conclusão de que Pedro nos confere uma missão: continuar a ação dos apóstolos, movidos pela ação do Espírito de Vida.
Outra linha de reflexão pode ser seguida a partir da leitura do Evangelho. E para esta celebração é escolhido o texto de Lucas 24, 13-35, também conhecido com episódio dos discípulos de Emaús.
Aqui podemos aprender com aquilo que se pode chamar de “pedagogia de Jesus”. O ressuscitado, primeiro se apresenta e indaga sobre o problema que aflige os caminhantes (v 17). E os discípulos apresentam a realidade, o problema que atinge ao grupo: a perda de um “profeta poderoso em obras e palavras diante de Deus e do povo” (v 19). Eles expressam sua tristeza e frustração pois esperavam que Jesus “fosse libertar Israel”.
Por sua vez, Jesus contextualiza sua atuação, seu ministério, sua missão a partir das escrituras: “explicava aos discípulos todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele.”(v 27). E a ação de Jesus provoca a reação dos caminhantes: Jesus diz que vai adiante e eles argumentam com a hospitalidade: “Fica conosco, pois já é tarde e a noite vem chegando!” (v 29).
Ocorre, então a parte central desse discurso de Lucas: primeiro os olhos (o coração, a mente, a postura) dos discípulos se abrem no gesto de repartir do pão. Em seguida se dá a tomada de decisão “eles se levantaram” (v33) e partiram para o anúncio.
E o que foi anunciado? Jesus caminha ao nosso lado, ele se manifesta, se deixa reconhecer “ao partir o pão” (v 35).
A liturgia do terceiro domingo da Páscoa, portanto é um convite e um desafio: o discípulo é convidado a ser anunciador da Ressurreição. Proponente de uma vida nova!
Neri de Paula Carneiro
Pra quem governam os governantes?
Quando nos deparamos com situações críticas, invariavelmente nos perguntamos: o que o “governo” vai fazer para resolver isso?
E o governo, no caso, tanto pode ser municipal, estadual ou federal. Tanto pode ser o executivo como o legislativo: é o governo, pois esses dois poderes não agem isoladamente. E, quando o fazem, aprontam lambança. Mas também fazem lambança, e as vezes maiores ainda, quando agem um contra o outro, como tem ocorrido ultimamente.
O princípio democrático, emanado de nossa constituição diz que os poderes agem, ou devem agir, em defesa dos interesses dos cidadãos. Quer dizer, tudo que qualquer integrante do poder público fizer, deverá ser para atender a essa regra básica atender ao bem do cidadão. E quando não atendem a esse princípio, estarão, não só ofendendo a lei, mas principalmente negando-se a si mesmo.
Isso implica dizer que qualquer representante do poder público que deixa de cumprir a lei ou nega-se a si mesmo, não só está se condenado ao fracasso em reação à sua razão de existir como também perde sua condição de representante do povo.
Esse princípio nós o aprendemos com Aristóteles, pesador grego que viveu no seculo IV aC. No seu livro “Política” (Livro III, cap VI), faz o seguinte comentário:
“Antigamente, como é natural, cada qual se alternava nos cargos; então, alguém que estava ocupando uma magistratura olhava pelo interesse de quem não estava, o qual, igualmente, olhava pelo interesse dos outros quando estivesse ocupando uma magistratura. Mas, atualmente, com o objetivo de obter vantagens no exercício dos cargos, os homens querem conservar esses cargos para si, como se o fato de continuar os ocupando lhes conferisse saúde”.
E o filósofo grego completa:
“Os governos que têm em vista o interesse comum estão constituídos em conformidade com os princípios da justiça e, portanto, estruturados corretamente, mas aqueles que têm em vista apenas o interesse dos governantes são todos falhos e formas desviadas das instituições corretas”.
O que esse discurso de 2400 anos tem a nos dizer? Qual a repercussão disso em nosso momento atual de enfrentamento da COVID 19?
Trada-se de algo muito simples! Trata-se de analisarmos os comportamentos e posturas daqueles a quem chamamos de prefeitos, governadores, presidente e, evidentemente seus correspondentes do legislativo. Trata-se de olharmos o que esses personagens estão fazendo e a partir do que fazem respondermos a pergunta título desta fala: Pra quem governam os governantes?
Em nível nacional vemos o presidente pisando na bola, nadando contra a corrente e entrando em confronto com as orientações da ciência médica. E, com isso, se conflitando com o legislativo. O que, um e outro, pretende com essa postura? Essa postura trará algum benefício, para o povo? Qual? Essa postura pretende melhorar a vida do povo ou tirar proveito da situação?
A mesma indagação vale para o nível estadual e municipal. Num e no outro níveis, não vemos a preocupação de atender às necessidades do povo mas, a partir de várias circunstâncias a preocupação de tirar vantagem da executivo e legislativo, cada poder tentando dizer que está fazendo o melhor para o povo, mas a população continua sem ser beneficiada com esse “melhor”. Então volta a indagação: para quem estão governando?
Muito mais do que as lições de Aristóteles, de 2400 anos, ao que nos parece os homens do poder estão seguindo as lições mais nefastas de “O Príncipe” de Maquiavel (cap VIII), uma vez que “suas ações resultaram, como acima se disse, não do favor de alguém mas de sua ascensão na milícia, obtida com mil aborrecimentos e perigos, que lhe permitiu alcançar o principado e, depois, mantê-lo com tantas decisões corajosas e arriscadas. Não se pode, ainda, chamar virtude o matar os seus concidadãos, trair os amigos, ser sem fé, sem piedade, sem religião; tais modos podem fazer conquistar poder, mas não glória.”
Esse panorama das posturas daqueles que chegaram ao poder, para governar ou legislar, nos sugere que esses personagens são grandes dissimuladores. Ou seja: dizem aquilo que o povo quer ouvir, a fim de se elevar ao poder, mas no momento em que o povo se encontra em dificuldade seu líder será o primeiro a explorá-lo. E, outra vez, a lição foi aprendida com Maquiavel (cap X): “Mas é necessário saber bem disfarçar esta qualidade e ser grande simulador e dissimulador: tão simples são os homens e de tal forma cedem às necessidades presentes, que aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar”
Diante ou em meio a uma situação crítica e frente a indagação popular: O que o “governo” vai fazer a respeito? A resposta está na experiência de anos de sofrimento: diante da crise o governo (legislativo e executivo) vai ludibriar o povo e aproveitar-se da situação.
Que resta ao povo?
Que podemos dizer?
Em tempos de Pandemia, o que resta ao povo é seguir os ditames da sabedoria e precaver-se contra as artimanhas do poder. O poder se disfarça para não manifestar seus interesses inconfessáveis. Por seu lado, neste caso, a sabedoria vem da ciência.
Neri de Paula Carneiro
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador
Rolim de Moura - RO
E o governo, no caso, tanto pode ser municipal, estadual ou federal. Tanto pode ser o executivo como o legislativo: é o governo, pois esses dois poderes não agem isoladamente. E, quando o fazem, aprontam lambança. Mas também fazem lambança, e as vezes maiores ainda, quando agem um contra o outro, como tem ocorrido ultimamente.
O princípio democrático, emanado de nossa constituição diz que os poderes agem, ou devem agir, em defesa dos interesses dos cidadãos. Quer dizer, tudo que qualquer integrante do poder público fizer, deverá ser para atender a essa regra básica atender ao bem do cidadão. E quando não atendem a esse princípio, estarão, não só ofendendo a lei, mas principalmente negando-se a si mesmo.
Isso implica dizer que qualquer representante do poder público que deixa de cumprir a lei ou nega-se a si mesmo, não só está se condenado ao fracasso em reação à sua razão de existir como também perde sua condição de representante do povo.
Esse princípio nós o aprendemos com Aristóteles, pesador grego que viveu no seculo IV aC. No seu livro “Política” (Livro III, cap VI), faz o seguinte comentário:
“Antigamente, como é natural, cada qual se alternava nos cargos; então, alguém que estava ocupando uma magistratura olhava pelo interesse de quem não estava, o qual, igualmente, olhava pelo interesse dos outros quando estivesse ocupando uma magistratura. Mas, atualmente, com o objetivo de obter vantagens no exercício dos cargos, os homens querem conservar esses cargos para si, como se o fato de continuar os ocupando lhes conferisse saúde”.
E o filósofo grego completa:
“Os governos que têm em vista o interesse comum estão constituídos em conformidade com os princípios da justiça e, portanto, estruturados corretamente, mas aqueles que têm em vista apenas o interesse dos governantes são todos falhos e formas desviadas das instituições corretas”.
O que esse discurso de 2400 anos tem a nos dizer? Qual a repercussão disso em nosso momento atual de enfrentamento da COVID 19?
Trada-se de algo muito simples! Trata-se de analisarmos os comportamentos e posturas daqueles a quem chamamos de prefeitos, governadores, presidente e, evidentemente seus correspondentes do legislativo. Trata-se de olharmos o que esses personagens estão fazendo e a partir do que fazem respondermos a pergunta título desta fala: Pra quem governam os governantes?
Em nível nacional vemos o presidente pisando na bola, nadando contra a corrente e entrando em confronto com as orientações da ciência médica. E, com isso, se conflitando com o legislativo. O que, um e outro, pretende com essa postura? Essa postura trará algum benefício, para o povo? Qual? Essa postura pretende melhorar a vida do povo ou tirar proveito da situação?
A mesma indagação vale para o nível estadual e municipal. Num e no outro níveis, não vemos a preocupação de atender às necessidades do povo mas, a partir de várias circunstâncias a preocupação de tirar vantagem da executivo e legislativo, cada poder tentando dizer que está fazendo o melhor para o povo, mas a população continua sem ser beneficiada com esse “melhor”. Então volta a indagação: para quem estão governando?
Muito mais do que as lições de Aristóteles, de 2400 anos, ao que nos parece os homens do poder estão seguindo as lições mais nefastas de “O Príncipe” de Maquiavel (cap VIII), uma vez que “suas ações resultaram, como acima se disse, não do favor de alguém mas de sua ascensão na milícia, obtida com mil aborrecimentos e perigos, que lhe permitiu alcançar o principado e, depois, mantê-lo com tantas decisões corajosas e arriscadas. Não se pode, ainda, chamar virtude o matar os seus concidadãos, trair os amigos, ser sem fé, sem piedade, sem religião; tais modos podem fazer conquistar poder, mas não glória.”
Esse panorama das posturas daqueles que chegaram ao poder, para governar ou legislar, nos sugere que esses personagens são grandes dissimuladores. Ou seja: dizem aquilo que o povo quer ouvir, a fim de se elevar ao poder, mas no momento em que o povo se encontra em dificuldade seu líder será o primeiro a explorá-lo. E, outra vez, a lição foi aprendida com Maquiavel (cap X): “Mas é necessário saber bem disfarçar esta qualidade e ser grande simulador e dissimulador: tão simples são os homens e de tal forma cedem às necessidades presentes, que aquele que engana sempre encontrará quem se deixe enganar”
Diante ou em meio a uma situação crítica e frente a indagação popular: O que o “governo” vai fazer a respeito? A resposta está na experiência de anos de sofrimento: diante da crise o governo (legislativo e executivo) vai ludibriar o povo e aproveitar-se da situação.
Que resta ao povo?
Que podemos dizer?
Em tempos de Pandemia, o que resta ao povo é seguir os ditames da sabedoria e precaver-se contra as artimanhas do poder. O poder se disfarça para não manifestar seus interesses inconfessáveis. Por seu lado, neste caso, a sabedoria vem da ciência.
Neri de Paula Carneiro
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador
Rolim de Moura - RO
sábado, abril 11, 2020
Ele Ressuscitou!
Vendo o entardecer e o sol se pondo, penso nas mulheres que acompanharam Jesus.
Sua agonia na sexta feira, vendo o mestre ser executado. O desespero durante todo o sábado, querendo crer, mas ainda na incerteza: Mataram o senhor!
Elas sabem pois viram isso acontecer.
Finalmente o sábado está findando. O dia consagrado a Deus está chegando ao fim… Mas em seguida vem a noite… e será mais uma noite de inquietação.
Possivelmente elas nem dormiram à noite, preparando-se para o ritual do último encontro.
Eis o que nos dizem os quatro evangelistas:
Mc 16,1: Passado o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para embalsamar o corpo de Jesus. 2 E bem cedo no primeiro dia da semana, ao raiar do sol, foram ao túmulo.
Mt 28,1: Depois do sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.
Lc 24,1: No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo, levando os
perfumes que tinham preparado.
Jo 20,1: No primeiro dia da semana, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.
Os mesmos quatro evangelistas dão a notçia em primeira mão:
Mc 16,6: O jovem lhes disse: “Não vos assusteis! Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou!”
Mt 28, 5: Então o anjo falou às mulheres: “Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. 6 Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito!”
Lc 24,4: dois homens com vestes resplandecentes pararam perto delas. 5 Tomadas de medo, elas
olhavam para o chão. Eles, porém, disseram-lhes: “Por que procurais entre os mortos aquele que
está vivo? 6 Não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou”
Jo 16,16: Então, Jesus falou: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabûni!” (que quer dizer: Mestre). 17 Jesus disse: “Não me segures, pois ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18 Então, Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”
Aquelas mulheres, também estavam com medo dentro de suas casas. Mas no desespero, no medo e na incerteza, tiveram um lampejo de esperança: Ele ressuscitou!
Podemos dizer que está é a mensagem neste entardecer do Sábado Santo: Ele ressuscitou!
Então comemoremos: Ele Ressuscitou!
Neri de Paula Carneiro
Sua agonia na sexta feira, vendo o mestre ser executado. O desespero durante todo o sábado, querendo crer, mas ainda na incerteza: Mataram o senhor!
Elas sabem pois viram isso acontecer.
Finalmente o sábado está findando. O dia consagrado a Deus está chegando ao fim… Mas em seguida vem a noite… e será mais uma noite de inquietação.
Possivelmente elas nem dormiram à noite, preparando-se para o ritual do último encontro.
Eis o que nos dizem os quatro evangelistas:
Mc 16,1: Passado o sábado, Maria Madalena e Maria, a mãe de Tiago, e Salomé compraram perfumes para embalsamar o corpo de Jesus. 2 E bem cedo no primeiro dia da semana, ao raiar do sol, foram ao túmulo.
Mt 28,1: Depois do sábado, ao raiar o primeiro dia da semana, Maria Madalena e a outra Maria foram ver o sepulcro.
Lc 24,1: No primeiro dia da semana, bem de madrugada, as mulheres foram ao túmulo, levando os
perfumes que tinham preparado.
Jo 20,1: No primeiro dia da semana, bem de madrugada, quando ainda estava escuro, Maria Madalena foi ao túmulo e viu que a pedra tinha sido retirada do túmulo.
Os mesmos quatro evangelistas dão a notçia em primeira mão:
Mc 16,6: O jovem lhes disse: “Não vos assusteis! Procurais Jesus, o nazareno, aquele que foi crucificado? Ele ressuscitou!”
Mt 28, 5: Então o anjo falou às mulheres: “Vós não precisais ter medo! Sei que procurais Jesus, que foi crucificado. 6 Ele não está aqui! Ressuscitou, como havia dito!”
Lc 24,4: dois homens com vestes resplandecentes pararam perto delas. 5 Tomadas de medo, elas
olhavam para o chão. Eles, porém, disseram-lhes: “Por que procurais entre os mortos aquele que
está vivo? 6 Não está aqui. Ressuscitou! Lembrai-vos do que ele vos falou”
Jo 16,16: Então, Jesus falou: “Maria!” Ela voltou-se e exclamou, em hebraico: “Rabûni!” (que quer dizer: Mestre). 17 Jesus disse: “Não me segures, pois ainda não subi para junto do Pai. Mas vai dizer aos meus irmãos: subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus”. 18 Então, Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: “Eu vi o Senhor”
Aquelas mulheres, também estavam com medo dentro de suas casas. Mas no desespero, no medo e na incerteza, tiveram um lampejo de esperança: Ele ressuscitou!
Podemos dizer que está é a mensagem neste entardecer do Sábado Santo: Ele ressuscitou!
Então comemoremos: Ele Ressuscitou!
Neri de Paula Carneiro
sexta-feira, abril 10, 2020
Sexta Feira Santa
Não é só dia de jejum. É também dia de nos darmos conta de que Jesus não sofreu somente há 2000 anos, mas continua sendo crucificado nos dias atuais:
por nós, quando não somos solidários para com os que precisam de nós;
pelos políticos, quando enganam e roubam do povo;
pelos magistrados, quando encontram brechas na lei e usam a lei para não fazer justiça;
pelos pais e mães, quando deixam de estabelecer limites aos filhos e eles crescem sem se importar com o “outro”;
pelos jovens, quando consideram mais importante a “curtição” a “balada” do que o estudo e a atenção aos pais…
Sexta Feira Santa é dia de revermos nossas atitudes.
Sexta Feira Santa é, sim o dia de celebrar o Senhor Morto, mas também de percebermos em quais situação o estamos matando hoje.
Na Sexta Feira Santa celebramos o Senhor Morto, mas essa celebração deve ser um convite a nos prepararmos para superar nossas mortes de todo dia e nos encaminharmos para a vida nova na Páscoa definitiva.
E isso tem que ser pensado, principalmente nestes tempos de quaresma/quarentena de recolhimento religioso e de preservação da saúde.
Neri de Paula Carneiro
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador.
Rolim de Moura - RO
por nós, quando não somos solidários para com os que precisam de nós;
pelos políticos, quando enganam e roubam do povo;
pelos magistrados, quando encontram brechas na lei e usam a lei para não fazer justiça;
pelos pais e mães, quando deixam de estabelecer limites aos filhos e eles crescem sem se importar com o “outro”;
pelos jovens, quando consideram mais importante a “curtição” a “balada” do que o estudo e a atenção aos pais…
Sexta Feira Santa é dia de revermos nossas atitudes.
Sexta Feira Santa é, sim o dia de celebrar o Senhor Morto, mas também de percebermos em quais situação o estamos matando hoje.
Na Sexta Feira Santa celebramos o Senhor Morto, mas essa celebração deve ser um convite a nos prepararmos para superar nossas mortes de todo dia e nos encaminharmos para a vida nova na Páscoa definitiva.
E isso tem que ser pensado, principalmente nestes tempos de quaresma/quarentena de recolhimento religioso e de preservação da saúde.
Neri de Paula Carneiro
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador.
Rolim de Moura - RO
Pensando o Domingo de Ramos
O Domingo de Ramos nos provoca a compreendermos o sentido da Semana Santa. E a primeira coisa que podemos nos lembrar é que a Semana Santa começa com o Domingo de Ramos.
Outro elemento importante a termos presente é o fato de que Domingo de Ramos e Sexta Feira Santa são dois momentos extremos e opostos da vida de Jesus e coloca em evidência nossas reais atitudes em relação a Jesus: No domingo o acolhemos com ramos e festa. Na sexta feira o crucificamos.
Mais um ponto que podemos refletir diz respeito ao que estamos vivendo atualmente, nesta situação de confinamento (prevenção contra o corona vírus). Podemos nos propor a fazer desta semana uma espécie de retiro espiritual de forma a possamos rever, avaliar e buscar novas atitudes a fim de que nossas vidas melhor se encaixem ao plano de Deus.
Podemos, além disso, da mesma forma que se faz no Natal, colocarmos ramos em nossas portas, como que sinalizando para que Jesus, ao passar, montado no jumentinho se digne a visitar nossas famílias.
Mas essa visita não pode ser gratuita. Ela deve nos comprometer a seguir seu exemplo e por em prática os seus ensinamentos. E que isso não aconteça somente na Semana Santa, mas em todo o resto de nossas vidas.
E assim, cada família em sua residência pode dar um novo sentido à vida comunitária, pois estar juntos nem sempre é estar no mesmo ambiente. Estar juntos é caminhar na direção da construção de um mundo melhor.
Talvez este isolamento seja o melhor momento que já tivemos para passar a limpo, não só nossa vida, mas também o mundo em que estamos inseridos.
Outro elemento importante a termos presente é o fato de que Domingo de Ramos e Sexta Feira Santa são dois momentos extremos e opostos da vida de Jesus e coloca em evidência nossas reais atitudes em relação a Jesus: No domingo o acolhemos com ramos e festa. Na sexta feira o crucificamos.
Mais um ponto que podemos refletir diz respeito ao que estamos vivendo atualmente, nesta situação de confinamento (prevenção contra o corona vírus). Podemos nos propor a fazer desta semana uma espécie de retiro espiritual de forma a possamos rever, avaliar e buscar novas atitudes a fim de que nossas vidas melhor se encaixem ao plano de Deus.
Podemos, além disso, da mesma forma que se faz no Natal, colocarmos ramos em nossas portas, como que sinalizando para que Jesus, ao passar, montado no jumentinho se digne a visitar nossas famílias.
Mas essa visita não pode ser gratuita. Ela deve nos comprometer a seguir seu exemplo e por em prática os seus ensinamentos. E que isso não aconteça somente na Semana Santa, mas em todo o resto de nossas vidas.
E assim, cada família em sua residência pode dar um novo sentido à vida comunitária, pois estar juntos nem sempre é estar no mesmo ambiente. Estar juntos é caminhar na direção da construção de um mundo melhor.
Talvez este isolamento seja o melhor momento que já tivemos para passar a limpo, não só nossa vida, mas também o mundo em que estamos inseridos.
Neri de Paula Carneiro
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador.
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