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sexta-feira, novembro 07, 2025

A Basílica do Latrão e o santuário de Deus

Reflexões baseadas em:

Ezequiel 47,1-2.8-9.12; 1 Coríntios 3,9c-11.16-17; João 2,13-22


Desde muito cedo aprendemos que Deus está em todo lugar e vive em nós, pois nosso corpo é seu templo. Mas também, desde muito cedo aprendemos que devemos nos encontrar com outras pessoas num templo ao qual, popularmente chamamos de igreja, comunidade, matriz, paróquia, catedral…, por ser esse é o local de encontro com Deus. Da mesma forma, desde muito cedo ouvimos pessoas dizendo: “não vou à igreja porque rezo em casa” ou “pra que ir à igreja se Deus está em todo lugar?”

Em qual dessas afirmações devemos acreditar?

O que nossa fé nos ensina?

Nossa fé, que nasce da Bíblia, dos ensinamentos da Igreja, da tradição eclesial e também familiar, nos assegura que Deus nos acompanha em todos os lugares em que estamos. Nossa fé, orientada pela Igreja, que se baseia na Palavra de Deus, nos diz que devemos nos reunir regularmente com outras pessoas que professam a mesma fé. E essa reunião acontece num local determinado que é um templo da nossa Igreja.

É nesse templo que as pessoas demonstram e afirmam ao mundo que alimentam a mesma fé. E essa confissão de fé, muito mais do que com palavras, é expressa com a presença, com o comparecimento, com o comprometimento. E assim, nesse encontro, movido pela fé comum, as pessoas que se encontram dizem umas para as outras e para o mundo, que: alimentam a mesma fé, são impulsionadas pela mesma esperança, comungam dos mesmos princípios, aprovam os mesmos comportamentos, compartilham a mesma certeza de fé e sabem que Deus está com elas e nelas. E isso porque Deus vive em cada pessoa.

Esse é o sentido da reunião periódica que, em nosso caso do catolicismo, ocorre no domingo, o Dia do Senhor. Nessa reunião de oração, as pessoas, que são templos de Deus reúnem-se num templo para celebrarem a presença do Senhor.

Considerando tudo isso é que nos perguntamos qual o significado da festa litúrgica da “Dedicação da Basílica do Latrão”? Uma catedral que se origina no século IV, que passou por reformas, foi destruída e reerguida e finalmente, em 1724, foi consagrada pelo Papa Bento XIII.

Como Catedral de Roma, a Basílica do Latrão representa todos os demais templos do mundo e, ao mesmo tempo, todos os cristãos. Ou seja, é dessa basílica que emanam os rios e as águas do cristianismo, levando a fertilidade da fé, a fim de fertilizar o mundo: alimentando a fé dos crentes e animando ao mesmo tempo que falando de esperança para os que não creem, conforme podemos ler na profecia de Ezequiel (47,1-2.8-9.12).

Dela emana a fé, como os rios da profecia. A fé cristã, como o rio, permite que as pessoas plantem as sementes para gerar árvores de vida. E “Seus frutos servirão de alimento e suas folhas serão remédio” (Ez 47,12), a fim de curar as dores do mundo.

Por que desse templo emana o rio de vida? Porque esse templo representa o próprio Senhor da vida. O templo que irmana todos os que alimentam a fé comum naquele que é maior do que o templo, como o afirma o próprio Senhor, nas palavras de João (2,13-22).

E ele é maior do que o templo porque ele é o Templo vivo. Não um templo erguido por mãos humanas mas o Templo vivo que é o próprio Filho de Deus.

Por esse motivo, porque as pessoas olham apenas para o templo de pedra é que muitas vezes têm dificuldade de reconhecer o Templo vivo que vive nas pessoas. Da mesma forma que os judeus não entenderam quando lhes falou que reergueria o Templo em três dias.

Eles profanavam o templo de pedra, que é casa de oração e ponto de encontro para os crentes. Desrespeitavam a casa, desrespeitavam a tradição de fé do seu povo e desrespeitavam ao próprio Senhor que aceitava o louvor, no templo construído. Contra isso Jesus se irrita e por esse motivo expulsa os mercadores da fé; e daí nasce a afirmação de Jesus: “Destruí, este Templo, e em três dias o levantarei. Os judeus disseram:’Quarenta e seis anos foram precisos para a construção deste santuário e tu o levantarás em três dias?’ Mas Jesus estava falando do Templo do seu corpo.” (Jo 2,19-21).

Nessa perspectiva entendemos as palavras de Paulo. Também o apóstolo não se refere ao templo como casa de oração, mas ao templo que é o corpo da pessoa humana (1Cor 3,9c-11.16-17). O apóstolo é categórico ao afirmar que cada pessoa é um edifício de Deus. Mas, o apóstolo ensina, esse edifício que somos cada um de nós, tem a mesma base, o mesmo alicerce, o mesmo ponto de sustentação, que é Jesus Cristo.

O apóstolo vai além, dizendo que estão errados os que tentarem colocar outro alicerce. “ninguém pode colocar outro alicerce diferente do que está aí, já colocado: Jesus Cristo” (1Cor 3,11). E por qual motivo não se pode colocar outro fundamento? Porque em Jesus nos tornamos morada do Espírito (1Cor 3,12).

Daí a importância e necessidade do respeito ao ser humano. Quem ama a Deus, e sabe da importância de se reunir para celebrar a mesma fé no templo de pedra, também precisa saber que todos os que ali se encontram – e os de fora também – são moradas do Espírito.

Por isso é mentiroso aquele que diz amar a Deus e não ama ao irmão; por isso é mentiroso quem diz que ama o Espírito, mas não ama seu templo que é a pessoa humana. “Se alguém destruir o santuário de Deus, Deus o destruirá, pois o santuário de Deus é santo, e vós sois esse santuário” (1Cor 3,17). Disso o apóstolo não abre mão e por isso insiste em que não se coloque outro alicerce, ou seja, Jesus, o Cristo que vive em nós, por isso nos reunimos para celebrar a mesma fé, no mesmo templo, pois todos somos santuários de Deus.






A Basílica do Latrão e o santuário de Deus

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