sábado, 18 de maio de 2024

Pentecostes e os dons do Espírito

Atos dos Apóstolos 2,1-11; 1Coríntios 12,3b-7.12-13; João 20,19-23




A celebração do Pentecostes convida-nos a algumas reflexões: sobre o Espírito Santo; sobre os dons do Espírito de Vida e sobre a Trindade Santa.

A respeito do Espírito Santo, temos que levar em conta: Primeiro que o Espírito é uma pessoa da Trindade Santa e não O podemos compreender fora dessa relação. O Espírito é espírito da Trindade e não uma espécie de deus ao lado de Deus, como, por vezes, alguns o tratam. Tentar isolá-lo ou supervalorizá-lo independente da relação com o Pai e o Filho, pode nos levar a uma numa heresia.

Em segundo lugar, os dons do Espírito, embora sejam inúmeros (costumamos elencar apenas sete) resumem-se, como Jesus o demonstrou, em Amar a Deus e amar aos irmãos (Nisso está toda lei e os profetas, ensinou Jesus). Negligenciar isso é negligenciar o próprio Espírito Santo. Por ser amor, por vezes, ao nos referirmos à terceira Pessoa da Trindade o chamamos de Espírito de Amor. Só que esse amor – aliás essa é a característica do amor – não se limita à afirmação: “eu te amo!”. O amor é, não só dinâmico, mas principalmente prestativo, solidário, proativo… Só tem razão de existir na relação com o outro. Caso contrário passa a ser egoísmo.

Em terceiro lugar, e este é um ponto muito controvertido, está o “dom das línguas”. Este também deve ser compreendido na mesma perspectiva: trata-se da linguagem do amor. Essa é universal! Um gesto amoroso é compreendido em qualquer canto do mundo independentemente da língua falada.

Assim, se o princípio maior é o amor; se Deus é amor; se Deus veio a nós porque nos ama, o dom das línguas pode, perfeitamente, ser compreendido como o dom de amor. E o amor se traduz em gestos, em atitudes...

E, evidentemente, não importa se falo usando a língua portuguesa ou alemã; se falo em russo ou francês… o que importa são as atitudes; se meus gestos e minhas atitudes forem amorosas e gerados pelo amor, sempre serei compreendido. Se minhas ações amorosas não forem assim compreendidas, podem estar ocorrendo duas coisas: ou não estou amando suficientemente ou quem recebe meus atos não é de Deus e, por isso, não consegue reconhecer gestos de amor…

Caso as minhas atitudes não estejam pautadas pelo amor, serão atitudes incompreensíveis, pois brotam do egoísmo, da soberba... E se aqueles que olham para meus atos são representantes do anticristo, sempre dirão que agi “com segundas intenções”; caso meus atos conduzam a vida (eu vim para que todos tenham vida em abundância, disse Jesus) podem ser reconhecidos como gestos de amor, que nascem do Deus Trino, iluminados pelo Espirito, como ensinou o Filho. Mas se meus atos, negligenciam a vida, não são amorosos ou, pelo contrário, escarneço a dor alheia, então meus atos nascem não do Deus de amor, mas daquele ser que se opõe a Deus e suas obras e seus obreiros.

Como sabemos, alguns até se apresentam como capazes de balbuciar palavras que ninguém entende, dizendo estar “falando em línguas”. Mas de que adiantam palavras incompreensíveis se as atitudes não transmitirem amor? Pior do que isso, infelizmente em alguns casos, alguns poucos emitem sons incompreensíveis não para comunicar a Deus, mas para falsamente dizer que estão em sintonia com o Espírito. E alguns destes, tentam tirar proveito das pessoas: querendo se sobrepor aos outros, querendo ser reconhecidos pelos demais membros da comunidade; e, o que é pior, querendo extorquir e enganar aqueles que se deixam manipular. Portanto, longe de querer minimizar os dons do Espírito, mas apenas como alerta: se não é uma linguagem compreensível, cuidado! Será que é manifestação divina?

Deus (o Pai, o Filho e o Espírito) é um Deus de puro amor e quer comunicar isso aos seres humanos. E deseja fazer isso para que aprendamos a amar. Portanto não depende de sons incompreensíveis, para se comunicar, pois quando quer usar as pessoas ou nosso processo de comunicação o faz com palavras claras e acessíveis a todos os ouvintes. O melhor e mais claro exemplo disso é a Palavra Santa nas Escrituras Sagradas: desde a narrativa da criação, a história do povo hebreu, os salmos, os profetas… em tudo Deus manifesta-se claramente. E, para ser ainda mais claro, falou-nos por seu Filho, como lemos em Hebreus, 1,1-2: “Muitas vezes e de modos diversos falou Deus, outrora, aos Pais pelos profetas; agora, nestes dias, que são os últimos, falou-nos por meio de seu Filho”.

Notemos que o livro do Gênesis é bastante claro: “Toda a terra tinha uma só linguagem e servia-se das mesmas palavras.” (Gn 11,1). Entretanto o que moveu os ancestrais não foi o amor que “servia-se das mesmas palavras”, mas o gesto oposto ao amor; a vontade de ser grande, famoso; o querer se igual a Deus. Por isso, movidos pela soberba e pelo ser que se opõe a Deus disseram: “façamos para nós uma cidade e uma torre cujo cimo atinja o céu. Assim, ficaremos famosos…” (Gn 11,4).

Exatamente o oposto do que ocorre na efusão do Espírito, narrada em Atos 2,1-11. Aqui o dom de Deus, mesmo num ambiente de medo permite que os ouvintes compreendam claramente a proposta de Deus. Por isso os ouvintes afirmam: “todos nós os escutamos anunciarem as maravilhas de Deus” (At 2,11).

Esse é o ponto de partida para a afirmação de Paulo (1Cor 12,3-13). Numa afirmação trinitária, mostra os dons do Espírito “em vista do bem comum”. Diz o apóstolo: “Ninguém pode dizer: Jesus é o Senhor a não ser no Espírito Santo. Há diversidade de dons, mas um mesmo é o Espírito. Há diversidade de ministérios, mas um mesmo é o Senhor. Há diferentes atividades, mas um mesmo Deus que realiza todas as coisas em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito em vista do bem comum.” (1Cor 12,3-7).

O mesmo podemos dizer em relação a João (20,19-23) quando nos ensina que é a Trindade de Amor que oferece a paz; é a Trindade de Amor que envia em missão; é a Trindade de Amor que oferece o supremo gesto de amor que se manifesta na graça do perdão: “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados” (Jo 20,22-23).

O dia de celebrarmos o Pentecostes, celebramos o Espírito do Deus Trindade. Celebramos o amor do Filho que nos amou ao extremo de nos oferecer sua vida e por isso nos deixou seu Espírito de Vida. No dia de Pentecostes, celebramos os dons do Espírito que se manifestam no supremo dom do amor.




Neri de Paula Carneiro

Mestre em Educação, filósofo, teólogo, historiador

Outros escritos do autor:

Filosofia, História, Religião: https://www.webartigos.com/index.php/autores/npcarneiro;

Literatura: https://www.recantodasletras.com.br/autores/neripcarneiro.




quarta-feira, 8 de maio de 2024

TEMPO COMUM e o Tempo de Deus




Quando falamos em Tempo do Natal ou Tempo da Páscoa, não nos parecem coisas estranhas. Mas Tempo Comum? O que é isso?

Nada mais do que um dos períodos do Tempo Litúrgico que corresponde à forma como a sabedoria da Igreja organiza a celebração da Eucaristia ao longo de um ano.

Mas, atenção! O Tempo Litúrgico ou o Ano Litúrgico não segue o mesmo encadeamento de dias e semanas e meses como estamos acostumados em nosso dia a dia nas relações sociais e comerciais, ao longo do ano civil.

A Liturgia da Igreja Católica organiza o ano ao redor de dois grandes eventos salvíficos formando dois ciclos celebrativos: o Ciclo de Natal (dentro do qual está o tempo do Natal) e o Ciclo Pascal (dentro do qual se insere o tempo da Páscoa). Esses dois ciclos estão interligados por dois períodos de Tempo Comum, formando os três grandes períodos do Ano Litúrgico.

Em cada período litúrgico a Igreja define uma cor litúrgica apropriada. Para o tempo comum, usa-se o verde. Evidentemente, como ao ongo deste ciclo litúrgico ocorrem várias festas e solenidades, para cada uma delas há uma prescrição específica. Isso não muda a orientação básica de celebrar usando a cor verde, como a nos lembrar que devemos manter acesa a esperança de nunca nos desviarmos dos ensinamentos do Mestre.

Em sua sabedoria a Igreja nos mostra que esses três “momentos” litúrgicos convergem para um único motivo: celebrar a memória de Cristo, o Cordeiro imolado que nasceu, viveu entre nós e deu sua vida para resgatar os fiéis em sua Ressurreição.

Devemos notar, entretanto, que não estamos falando de uma comemoração ou celebração nos moldes das festas pelas quais comemoramos nossas alegrias do dia a dia. Aqui estamos falando, sim, de celebrar a vida, mas fazemos isso por mandato divino, ou seja, foi o próprio Senhor Jesus quem realizou primeiro, mostrando como deveria ser feita a celebração da memória: celebrar não só para recordar, mas para reviver e atualizar. Assim nos fala o próprio Senhor, conforme podemos ler nos evangelhos narrados por Marcos, 14,22-25; por Mateus, Mt 26,26-29 e por Lucas, Lc 22,14-20. E antes deles, o Apóstolo Paulo, orienta a comunidade de Corinto, conforme o ensinamento que recebeu do Senhor:

“De fato, eu recebi pessoalmente do Senhor aquilo que transmiti para vocês. Na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus tomou o pão e, depois de dar graças, o partiu e disse: “Isto é o meu corpo que é para vocês; façam isto em memória de mim.” Do mesmo modo, após a Ceia, tomou também o cálice, dizendo: “Este cálice é a Nova Aliança no meu sangue; todas as vezes que vocês beberem dele, façam isso em memória de mim.” Portanto, todas as vezes que vocês comem deste pão e bebem deste cálice, estão anunciando a morte do Senhor, até que ele venha.” (1Cor 11,23-26).

Portanto, a celebração da Eucaristia (a missa) não é apenas uma celebração a mais. Ou uma celebração que se repete dodos os dias. O que fazemos, nos diferentes tempos litúrgicos, é a mesma celebração da memória do Senhor. Por meio dessa memória o motivo da celebração não é só um evento ou fato do passado, mas uma realização atual. O ponto de partida aconteceu, sim, num dado momento histórico, mas é um fato histórico que não se esgotou ao se concluir. Ele torna-se atual todos os dias, por todo o sempre: é um anúncio da morte de Jesus, mas, acima de tudo, uma atualização de sua ressurreição que abre o caminho para nosso mergulho no absoluto de Deus, uno e trino.

Por isso, em sua catequese a Igreja nos ensina a celebrar a encarnação do Senhor, no Ciclo do Natal e sua Páscoa no Ciclo Pascal. E, entre esses dois ciclos, a Igreja inseriu fatos do cotidiano da vida de Jesus de Nazaré, os quais são celebrados ao longo do Tempo Comum.

Isso implica dizer que a vida litúrgica vai além do Natal e da Páscoa. A sabedoria da Igreja, além de celebrar atualizando o sacrifício do Cordeiro imolado, nos apresenta, de forma catequética, os diversos momentos do cotidiano de Jesus. Uma catequese pela qual a Igreja mostra os caminhos por onde passaram os passos e a vida de Jesus de Nazaré. Uma catequese que mostra o Deus Menino, crescendo e ensinando os caminhos do Reino. O Reino que nos é apresentado em sua Páscoa de Redenção. E, principalmente, uma catequese que nos convida a seguir os passos de Jesus, assumindo a missão de anunciar o Reino e ensinar o caminho para a Redenção. Uma porta que se abre quando Jesus de Nazaré abre seus braços na cruz.

Fazendo da liturgia uma longa catequese, a sabedoria da Igreja nos mostra que aos períodos posteriores ao Ciclo do Natal e que vem após o Ciclo da Páscoa intercalam-se as duas partes do Tempo Comum. Justamente com esses dois períodos é que a sabedoria da Igreja nos convida a seguir os passos e contemplar o cotidiano da vida de Jesus de Nazaré.

Então, o que é o Tempo Comum? É o período litúrgico que se segue ao Ciclo do Natal. Inicia-se, numa sequência lógica e cronológica, com o Advento, prossegue com o Natal e tempo do Natal. A sequência das celebrações pós natalinas prolongam-se até a celebração da Epifania e o Batismo do Senhor. Depois desse Ciclo de Natal iniciam-se as primeiras semanas ou os primeiros “domingos do Tempo Comum”.

Essa sequência de “domingos do tempo comum” é interrompida com as celebrações do Ciclo da Páscoa: quaresma, semana santa, Páscoa e os domingos do tempo pascal. Ao final desse ciclo, com a celebração de Pentecostes, reinicia-se o Tempo Comum. Período mais longo e que vai até a celebração do Cristo Rei do Universo, normalmente no final de novembro. O domingo seguinte será o primeiro domingo do advento. Ou seja, começamos o ano litúrgico com o Advento, quando nos preparamos para receber o Deus menino, e o concluímos contemplando Jesus, Rei do Universo.

Os dois períodos do Tempo Comum normalmente é formado por 34 semanas. Ao longo dessas semanas, a sabedoria da Igreja nos apresenta os diversos momentos da vida de Jesus. Nesse processo podemos: acompanhá-lo enquanto anda com os seus discípulos, anunciando o Reino; ouvi-lo pregando os valores do Reino aos discípulos e às multidões; aprender quem são os primeiros destinatários do Reino, acompanhando seus gestos de caridade e dedicação para com os mais necessitados; sofrer com ele quando sua proposta de paz, amor e solidariedade é rejeitada, e isso ocorre porque as pessoas não compreenderam as exigências e a radicalidade do Reino. E ao longo de todo esse processo catequético podemos seguir, com Jesus em sua caminhada em direção a Jerusalém, onde celebrará sua Pascoa.

Além disso, ao longo do Ano Litúrgico, e particularmente do Tempo Comum, também somos convidados a nos preparamos para a nova vinda de Cristo, na consumação da história.

Na realidade toda a estrutura da liturgia, ao longo do Ano Litúrgico, está organizada com os olhos voltados para estes dois movimentos e momentos: contemplar o cotidiano e os passos de Jesus, aprendendo com ele a desenvolver em nós os valores do Reino. E, ao mesmo tempo, como continuadores de sua obra, somos convidados a anunciar os valores do Reino, convidar mais pessoas para aderir à sua proposta e, fazendo isso, aguardar sua volta gloriosa. Essa é a dinâmica presente no Tempo Comum.

Na realidade e, como não podia deixar de ser, a caminhada histórica de Jesus de Nazaré teve um começo e um ponto final. Começou com seu Natal Glorioso e terminou com sua Páscoa Redentora. O que a sabedoria da Igreja faz é inserir no contexto litúrgico e ao longo de um ano os constantes convites para que façamos a memória do gesto de Jesus: desde seu nascimento, acompanhando seu cotidiano, seu ensinamento e sua proposta do Reino até coroar-se com a ressurreição, mostrando de como será o destino dos fiéis aos seus passos. E, ao mesmo tempo, essa memória do fato histórico, é uma proposta e anúncio do Reino e do retorno do Senhor, celebrado ao longo do Tempo Litúrgico e em cada celebração eucarística.

A liturgia, portanto, nada mais é do que a apresentação celebrativa dessas duas dimensões: olhar para Jesus de Nazaré e seu cotidiano e, ao mesmo tempo, aguardar seu retorno glorioso. E em ambos a liturgia nos apresenta um só objetivo: seguir os passos de Jesus, realizando o que nos ensinou. E isso desdobra-se em duas atitudes que devemos desenvolver: uma vida de oração, estreitando as relações com o Senhor e, ao mesmo tempo, usando nossa vida, nossos esforços e todos os nossos dons para que o mandamento do amor seja uma realidade; as relações entre as pessoas sejam fraternas; a solidariedade seja o parâmetro da vida. Para que não haja alguns com fortunas incontáveis produzindo milhões de famintos ao redor do mundo… tudo para que, em nosso mundo, sejam verdadeiras as palavrado Mestre: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundância.” (Jo 10,10).

O que ensinou em sua vida humana, nos caminhos da Palestina, torna-se para nós um programa de vida, sintetizado em Mt 25,31-46 e que se expressa em duas frases a respeito de nossas ações. Afirmação da solidariedade: “foi a mim que o fizestes” (Mt 25,40). E negação do ato solidário: “Foi a mim que o deixastes de fazer” (Mt 25,45).

O Ano Litúrgico e especificamente o Tempo Comum, refletem este convite: realizar entre nós o programa de Jesus como quem segue seus passos e como quem espera seu retorno. Mas a proposta é fazer isso, não por medo de Julgamento, e sim por convicção amorosa: amor ao irmão e amor ao Senhor da vida, sabendo que o amor ao Senhor manifesta-se no gesto de amor ao irmão, pois este é o mandamento: amar a Deus e ao irmão (Mt 22,36-39).

A tudo isso nos leva o Tempo Comum: aos ensinamentos de Jesus, apresentados ao longo de sua vida: em suas palavras; em seus gestos; em seu acolhimento ao pecador; em sua postura intransigente de afirmar que o amor é mais importante que a letra da Lei; ao perdoar antes de perguntar “quem é”; em seu abraço carinhoso às crianças, afirmando que delas é o Reino; em sua postura acolhendo a todos, sem discriminação; em seu amor aos pobre e pequeninos… ao ensinar a orar uma oração de partilha, chamando a Deus de Pai. Suas palavras não deixam dúvidas: “toda a Lei e os Profetas dependem destes dois mandamentos” (Mt 22,40).

O Tempo Comum, portanto, é tempo de aprender com Jesus. Aprendizado que nos leva a entender o tempo da Igreja, nosso tempo atual, nosso cotidiano, nossa vida... na perspectiva do Reino: “já” e “ainda não”. O Reino já apresentado, e presente na vida e nos atos amorosos de cada batizado; mas ainda não instalado definitivamente pois os anunciadores do Reino de amor, sofrem com a perseguição dos representantes do antirreino. Já presente, porque a Igreja, e cada um dos fiéis que seguem os passos de Jesus, assumem essa proposta de vida plena e libertadora; mas ainda não porque o Reino só será definitivo com a vitória da vida sobre os sinais de morte, pois “o último inimigo a ser vencido será a morte” (1Cor 15,26).

Além dessa dimensão teológica, é ao longo do Tempo Comum que a Igreja celebra as principais festas do calendário litúrgico: festas dedicadas à Mãe de Jesus; festas dedicadas aos santos e mártires; momentos nos quais celebra pontos fortes da fé eclesial: mês de oração pelas vocações, pelas missões; mês da Bíblia...

Também é ao longo do Tempo Comum que aprendemos um dos principais ensinamentos de Jesus: o seguimento do Senhor se dá em comunidade. Não se concebe vida cristã e eclesial se não for inserida numa comunidade. Quando acompanhamos Jesus, sempre o encontramos ao lado dos discípulos, realizando ações em favor de pessoas: curando e perdoando; enviando os discípulos em grupos para anunciar o Reino... e isso por quê? Porque ninguém constrói o Reino sozinho, mas em comunidade. O Reino não é uma proposta individual, mas para ser vivido em Igreja, procurando seguir os passos de Jesus de Nazaré, o Cristo que nos quer acolher no coração da comunidade que é a Trindade Santa.

Neri de Paula Carneiro.

Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador

Outros escritos do autor:

Filosofia, História, Religião: https://www.webartigos.com/index.php/autores/npcarneiro;

Literatura: https://www.recantodasletras.com.br/autores/neripcarneiro.

Pentecostes e os dons do Espírito

Atos dos Apóstolos 2,1-11; 1Coríntios 12,3b-7.12-13; João 20,19-23 A celebração do Pentecostes convida-nos a algumas reflexões...