sexta-feira, agosto 26, 2022

O absurdo lugar do humilde

(Reflexões baseadas em: Eclesiástico 3,19-21.30-31; Hebreus 12,18-19.22-24a; Lucas 14,1.7-14)




As coisas de Deus parecem absurdas.

Dizendo melhor, as coisas de Deus, aos olhos humanos, são absurdas. Por isso são divinas! Caso contrário seriam apenas coisas humanas. Mas, então, em que consiste o absurdo das coisas de Deus? Por que são absurdas?

Para entender isso, olhemos para o livro do Eclesiástico (3,19-21.30-31). Em relação aos valores do nosso mundo sem juízo, é uma loucura convidar alguém a viver a humildade. Entretanto, o Eclesiástico, afirma a necessidade de realizar tudo com base na mansidão (Ecle 3,19), com base na humildade (Eclo 3,20). E isso porque “para o mal do orgulhoso não existe remédio, pois uma planta de pecado está enraizada nele” (Eclo, 3,30). Ou seja o orgulhoso, aquele que quer “se mostrar”, tentando se sobrepor aos demais, numa postura oposta à humildade, age dessa forma porque nele existe uma raiz de pecado.

Então o que resta ao ser humano? Viver na simplicidade e buscar a sabedoria, que é um dom de Deus. “O homem inteligente reflete sobre as palavras dos sábios, e com ouvido atento deseja a sabedoria” (Eclo 3,31).

Aos olhos de Deus o que conta não são as aparências, nem as coisas que se tem, nem a ostentação, nem as posturas do orgulhoso.

O que conta, aos olhos de Deus,são as atitudes. E a melhor atitude é a humildade. O oposto disso, nos sugere a carta aos Hebreus (12,18-19.22-24), é “escuridão, trevas e tempestade”. Mas o coração humilde conduz à “cidade do Deus vivo”; conduz à “assembleia dos primogênitos”. A atitude humilde conduz àquele que fez de sua vida um caminho de humildade, o “mediador da nova aliança”, ou seja ao próprio Jesus Cristo.

Mas, então o que vem a ser humildade?

Tem a ver com a capacidade de se reconhecer e se assumir com as qualidades e defeitos que se tem, sem querer ser mais nem menos do que aquilo que se é. É uma palavra derivada do latim, humus, que significa chão, a base a partir de onde se edificam as coisas ou de onde crescem as plantas. A humildade tem a ver com o próprio Jesus, como ensina o apóstolo Paulo (Fl 2,6-8), ao dizer que Jesus se “esvaziou” de sua condição divina para assumir a condição humana.

O humilde não é aquele que se deixa minimizar, que aceita ser humilhado, pisado. Pelo contrário. O humilde é aquele que assume seu espaço, seu papel, sua condição de base; que se coloca como o chão a partir de onde se podem construir os demais valores. Nisso reside sua força

Nas palavra de Lucas (14,1.7-14) é isso que ensina Jesus na parábola do convite.

Ao perceber que as pessoas queriam se destacar no grupo de convidados, contou a parábola, dizendo que não é conveniente, ao chegar em uma festa, ocupar os primeiros bancos, os lugares de destaque. Pois pode ser que esse espaço tenha sido reservado para convidados especiais. E, se isso ocorrer, imagina o “mico”tendo que se levantar e ir ocupar um lugar lá nos fundos?… “Quando tu fores convidado para uma festa de casamento, não ocupes o primeiro lugar. Pode ser que tenha sido convidado alguém mais importante do que tu, e o dono da casa, que convidou os dois, venha te dizer: 'Dá o lugar a ele'. Então tu ficarás envergonhado e irás ocupar o último lugar” (Lc 12,8-9).

Essa não é a postura nem a posição do humilde. Pelo contrário. Essa é uma situação humilhante, na qual aquele que não é humilde é obrigado, por outros, a deixar a postura ostensiva e colocar-se em seu lugar, pois estava tentando usurpar o que não era o seu.

Nessa parábola Jesus ensina qual deve ser a postura daquele que é humilde, que sabe qual é sua posição. É a postura daquele que não busca ostentação nem quer se mostrar acima dos demais. Sabe qual é o seu chão e, por isso, não busca mais do que sabe merecer. Mas também sabe que pode ser destacado por ser o que é. E, novamente, é a palavra de Jesus quem nos explica isso: “Quando tu fores convidado, vai sentar-te no último lugar. Assim, quando chegar quem te convidou, te dirá: 'Amigo, vem mais para cima'. E isto vai ser uma honra para ti diante de todos os convidados” (Lc 12,10).

E isso nos leva à indagação: qual é o lugar da pessoa humilde?

Seu lugar, como diz o Eclesiástico é o do homem inteligente pois ele “reflete sobre as palavras dos sábios, e com ouvido atento deseja a sabedoria” (Eclo 3,31). Seu lugar, ensina Jesus, é o daquele que, ao dar uma festa não convida quem lhe pode retribuir. Pelo contrário convida os pobre e marginalizados, aqueles que não tem como retribuir. Fazendo isso, diz Jesus, “tu serás feliz! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na ressurreição dos justos” (Lc 14,13-14).

Como se vê, as coisas de Deus parecem absurdas!




Neri de Paula Carneiro.

Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador

Outros escritos do autor:


quinta-feira, agosto 18, 2022

Uma mulher vestida de sol

(Reflexões baseadas em: Apocalipse 11,19a; 12,1.3-6a.10ab; 1 Coríntios15,20-27a; Lucas 1,39-56)




Uma mulher vestida de sol (Mulher especial, brilhante, portadora da luz) está para dar a luz um filho que vem para realizar a salvação, da parte de Deus. Entretanto um dragão pretende lhe devorar o filho. Esta cena do apocalipse (11,19a; 12,1.3-6a.10ab) apresenta-se como uma tragédia. E, de fato, não dá para negar a tragédia em andamento.

A tragédia só são se concretiza porque “a mulher fugiu para o deserto, onde Deus lhe tinha preparado um lugar” (Ap 12,6). O Deus da vida tomou a defesa da mulher e de seu filho.

Quem é essa “mulher vestida de sol”? Quem é essa criança, protegida por Deus?

Trata-se, inicialmente, de uma recordação da experiência de Maria, a mãe de Jesus, quando precisou fugir para o deserto e se refugiar no Egito, a fim de proteger o menino Jesus, recém nascido. Maria, mãe de Deus, protege seu filho e é protegida pelo Senhor. E isso ocorre porque o Senhor, que se encarnou a fim de nos mostrar o caminho do Reino, precisou crescer entre nós, provando das nossas dores.

Mas também representa a Igreja, sofrendo perseguições, ao longo dos dois mil anos de história do cristianismo.

A Igreja (entendendo as diferentes denominações cristãs) nos dias atuais, sofre com as agressões e ameaças dos monstros/dragões que são sedentos de dinheiro e poder; que ostentam o poder das armas, da corrupção, da mentira; que estão disfarçados de bons meninos e cidadãos de bem, escondidos na política, nos púlpitos das igrejas, na venda de milagres, no discurso da violência; que veneram o deus poder e riqueza, sugando a vida e os direitos dos trabalhadores, atirados aos braços da miséria. Esse monstro, o dragão dos dias atuais, do meio da lama, quer devorar os filhos da Igreja, os santos de Deus, ameaçados pelo poder do mal que cresce e seduz. É o poder de morte querendo ser maior que o Deus da vida

Mas a mulher vestida de Sol, salva pelo poder de Deus, lança um brado de esperança. Diz à criança/Igreja ameaçada: Esse momento de provação é um tempo em que se purificam e se separam aqueles que são de Deus e os que pertencem ao dragão do mal: “Agora realizou-se a salvação, a força e a realeza do nosso Deus, e o poder do seu Cristo” (Ap 12,10), pois o tempo está próximo.

Sabemos disso porque o apóstolo nos ensina (1Cor 15,20-27). Interpretando os sinais de seu tempo, Paulo demonstra que, da mesma forma que Cristo superou as dores e a morte “como primícias dos que morreram” (1Cor 15,20) assim também os que são de Cristo. Haverá um tempo de provação e “a seguir, será o fim, quando ele entregar a realeza a Deus-Pai, depois de destruir todo principado e todo poder e força” (1Cor 15,24).

Os poderes da morte tentam se sobrepor ao dom da vida, ministrado pela Igreja (diferentes denominações cristãs). Os poderes de morte se infiltram entre as pessoas, seduzidas pelo adoradores da discórdia e violência; das armas e da mentira. Mas o poder da morte será destruído: “O último inimigo a ser destruído é a morte” (1Cor 15,26).

Nestas alturas vamos ouvir Maria, mãe de Jesus (Lc 1,39-56): primeiro ela dirige-se a Isabel, sua prima; mas também fala a nós que seguimos as palavras de seu filho.

Isabel recebe Maria, a mãe de Jesus, como aquela que mereceu a bênção de Deus e a chama de bendita por dois motivos: porque se fez mãe do portador da benção divina e porque acreditou que “será cumprido, o que o Senhor lhe prometeu” (Lc 1,42.45). Maria assume a predileção divina e seu papel como colaboradora no plano da salvação.

Maria, a mulher vestida de sol, modelo de Igreja, assume e explicita o momento da separação entre os preferidos de Deus e aqueles que provocam as dores do povo: afirma que Deus é misericordioso, mas também mostra a força de seu braço para dispersar os promotores de maldade; destrói os poderes de morte e os ricos que os apoiam; tem um amor especial para com os sofredores e famintos. “O Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor. O seu nome é santo, e sua misericórdia se estende, de geração em geração, a todos os que o respeitam. Ele mostrou a força de seu braço: dispersou os soberbos de coração. Derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes. Encheu de bens os famintos, e despediu os ricos de mãos vazias” (Lc 1,49-53).

Nestas alturas podemos nos indagar: como está nossa relação com a mulher vestida de sol? Estamos aderindo às propostas de seu filho, que foi salvo do dragão ou estamos nos deixando seduzir pelo monstro promotor da morte?

Que a luz dessa mulher luminosa nos ajude a perceber e seguir o Cristo da luz e da vida, recusando os poderes de morte; que a mulher esplendorosa nos ensine a perceber que o caminho da vida se constrói com atitudes de paz!

Neri de Paula Carneiro.

Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador

Outros escritos do autor:


quinta-feira, agosto 11, 2022

Fogo sobre a terra

(Reflexões baseadas em: Jeremias 38,4-6.8-10; Hebreus 12,1-4; Lucas Lucas 12,49-53)




Quem seriam os homens que procuraram o rei a fim de solicitar a morte do profeta Jeremias (38,4-6.8-10)?

É claro que a bíblia não registrou seus nomes. Não mereceram essa honra! Mas eles, certamente se apresentavam ao rei como homens de bem. Cidadãos de bem. Assíduos frequentadores do templo… E mesmo assim pediram a morte do profeta, acusando-o de falar ao povo; acusando-o de abrir os olhos do povo contra a vilania de uns tantos exploradores da boa fé das pessoas.

Não só pediram a morte do profeta, como ludibriaram o rei e lançaram Jeremias ao fundo de um poço (Jr 38,6). Na lama do fundo do poço, pois não havia água. E assim o profeta estava afundando na lama do poço enquanto a sociedade afundava na lama social...

O texto nos sugere que a sociedade toda estava afundando na lama:da corrupção, da mesquinharia, da inveja, da maledicência, da maldade, dos golpes políticos, da enganação, da mentira… e muito mais….

Podemos dizer mais, sem medo de cair me equivoco: na sociedade do tempo de Jeremias os chamados homens bons, os cidadãos de bem, aqueles que eram assíduos ao templo… na realidade eram os mais perversos moradores da cidade! Eles eram os que usavam de seu poder e prestigio social para se impor sobre o povo; indicar quem devia viver ou morrer! Da mesma forma que nos dias de hoje, aqueles que se diziam cidadãos de bem, eram os principais bandidos da sociedade: fraudando, corrompendo, extorquindo, mentindo… Quando olharmos nossa sociedade podemos ver o retrato da sociedade do tempo de Jeremias.

Mas o profeta foi salvo porque alguém de bom senso abriu os olhos do rei: “Ó rei, meu senhor, muito mal procederam esses homens em tudo o que fizeram contra o profeta Jeremias, lançando-o na cisterna para aí morrer de fome; não há mais pão na cidade” (Jr 38,9).

De que combate a carta aos hebreus (12,1-4) está falando?

Tudo indica a necessidade de uma tomada de decisão. Como se fosse um convite: aderimos ou não à proposta salvadora de Jesus.Trata-se, portanto, de uma batalha para a qual a vitória está destinada àqueles que se deixam conduzir por alguém que já venceu a morte e está vivo, sentado “à direita do trono de Deus”. Esse alguém é o próprio Cordeiro que venceu a cruz.

Somos levados a entender que ao cristão importa o empenho “com perseverança no combate que nos é proposto” (Hb 12,1). Tendo por modelo o próprio Jesus, aqueles que “suportou a cruz não se importando com a infâmia” nem com qualquer adversidade. E assim, com o sabor da vitória sobre as dores, as tristezas e, principalmente sobre a morte, Jesus “assentou-se à direita do trono de Deus” (Hb 12,2) dando-nos o modelo da esperança que conduz a uma certeza: as dores não são o fim. Haverá um depois, uma vitória, da mesma forma que ocorreu com Jeremias...

A certeza dessa vitória, acenada pela carta aos Hebreus, leva-nos a uma profunda sintonia com Jesus a fim de não nos deixarmos levar pelo desânimo: “Pensai pois naquele que enfrentou uma tal oposição por parte dos pecadores, para que não vos deixeis abater pelo desânimo” (Hb 12.3).

A certeza da vitória vai para além da esperança, pois está fundamentada na fé. Quem tem esperança, está num bom caminho, está numa caminhada; mas quem tem fé já deu o passo seguinte que consiste em realizar as obras daquele no qual acredita: a promoção da sociedade do amor.

Isso nos coloca diante das palavras de Jesus e nos leva a indagar: por que Ele afirma ter vindo trazer o fogo e não a paz (Lc 12,49-53)?

Em resposta observemos a natureza do fogo: Trata-se de um elemento que produz uma radical transformação naquilo com o que faz contato. O fogo é um elemento purificador!

Portanto, se o Senhor vem trazer o fogo, vem para promover a purificação. Se vem trazer a divisão, vem tirar a aparente paz daqueles que estão instalados nos projetos do mal. E isso que ocorre na sociedade, começa nas famílias divididas: enquanto alguns andam nas trilhas do Senhor outros preferem os caminhos da maldade, corrupção… e, outra vez, isso nos arremete àquilo que ocorreu com Jeremias… atirado na lama da sociedade que está mergulhada na lama!

E, sendo assim, observando o que ocorre em nosso mundo, somos levados não só a entender o porquê de Jesus propor o fogo purificador, mas também somos levados a pedir: vem logo, Senhor, purifica nosso mundo. Traz teu fogo e purifica nosso mundo!




Neri de Paula Carneiro.

Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador

Outros escritos do autor:


sexta-feira, agosto 05, 2022

A importância da fé

(Reflexões baseadas em: Sabedoria 18,6-9; Hebreus 11,1-2.8-19; Lucas 12,32-48)




Qual a importância da fé? Onde a fé pode nos levar?

Essa poderia ser uma das questões mais importantes a ser respondida por cada um de nós que dizemos crer em Jesus.

Mostrando essa importância o livro da Sabedoria (18,6-9) chama nossa atenção para um “pacto divino” pelo qual os justos serão salvos e separados dos “adversários”. E na base desse pacto está um ato de fé, visto que o pacto se baseia na fé.

E quem são os adversários? Aqueles que não acreditam no Deus da vida;aqueles que não aderiram ao Senhor para quem “os piedosos filhos dos bons ofereceram sacrifícios”. Portanto são adversários do Deus da vida aqueles que não têm fé no Deus que caminha junto com seu povo na sua história.

E de que pacto se está falando? O acordo pelo qual “os santos participariam solidariamente dos mesmos bens” e que tem como consequência a a salvação para os santos e a “perdição para os inimigos”. Um acordo baseado na fé… que leva a uma esperança… que se traduz numa perspectiva nova de vida e de vida nova…Um pacto de vida para a vida.

E vale a pena investir na esperança, nos diz a carta aos Hebreus (11,1-2.8-19). Vale a pena alimentar a expectativa de chegar àquilo que se almeja. Vale a pena apostar no sonho. Tudo isso vale a pena porque essa expectativa e esse sonho podem ser construídos a partir de nosso cotidiano. Não se trata de algo inatingível. Aí está a base da fé esperançosa: “A fé é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem. Foi a fé que valeu aos antepassados um bom testemunho”(Hb 11,1-2).

A esperança, baseada na fé, foi o que permitiu a Abraão tornar-se o pai da fé. Abraão e todos os que o sucederam alimentaram a mesma fé, alimentaram a mesma esperança. Essa fé esperançosa abre as portas para a recompensa divina. Ou seja, o porvir se constrói a partir do cotidiano: “Eles desejam uma pátria melhor, isto é, a pátria celeste. Por isto, Deus não se envergonha deles, ao ser chamado o seu Deus. Pois preparou mesmo uma cidade para eles” (Hb 11,16). A recompensa final será no porvir, mas ela se enraíza no aqui e agora; o mundo que virá tem que ser construído com as obras do dia a dia.

É verdade que o futuro é um ponto de interrogação. É uma estrada da a qual não conhecemos o trajeto. É um caminhar sem que saibamos onde colocaremos o pé para o passo seguinte… mas é, também, o único sentido do caminhar. O único sentido do viver. O único sentido para esperar, numa espera ativa visto que está sempre em construção….

E, justamente por ser um caminhar para o desconhecido, é que se faz necessária a fé e a esperança. Todos encaminhamos para o futuro: indo com nossos próprios meios, como quem corre em direção a um abraço e para os braços de Deus, ou sendo arrastados pelas circunstancias, como quem já sabe não ter feito uma boa aposta. Por isso, o caminho para o futuro pode representar uma caminhada de medo. Mas também pode ser um ato de fé, como nos ensina Jesus (Lucas 12,32-48).

O ato de fé implica, portanto, um gesto de esperança. E a esperança leva à superação do medo. “Não tenhais medo, pequenino rebanho, pois foi do agrado do Pai dar a vós o Reino” (Lc 12,32).

Assim deve ser nossa postura em relação à vida, pois a vida também é uma sucessão de escolhas: optar por seguir as trilhas da esperança, da fé, da coragem… sabendo que esse caminho por mais tortuoso e difícil, leva à vitória. Ou optando pela desesperança, pela incerteza do medo, sem confiança na vitória definitiva junto àquele que é o autor da vida, Senhor de nossos destinos e sentido de nossas vidas.

Esse é um ensinamento do próprio Senhor. Orienta-nos a nos mantermos preparados, atentos, vigilantes… pois a vida é sempre uma resposta humana a um chamado divino. E o caminho da esperança e da fé, cobra de nós a postura de quem deseja dar aquela resposta do trabalhador prudente; que estará acordado na chegada do Senhor.

Então, qual a importância da fé? Onde a fé pode nos levar?

Como não existe uma reposta final e definitiva, no caminhar humano, vale nos guiarmos pelas palavras do mestre: “Onde está o vosso tesouro, aí estará também o vosso coração” (Lc 12, 34)




Neri de Paula Carneiro.

Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador

Outros escritos do autor:


Sagrada Família: para se cumprir!

Reflexões baseadas em: Eclo 3,3-7.14-17a; Cl 3,12-21; Mt 2,13-15.19-23 Todos os que, de alguma forma, tiveram contato com os ensinamentos d...