Reflexão a partir de: 1Rs 19,4-8; Ef 4,30-5,2; Jo 6,41-51
Será que você também já passou por isso? O quê? Sentir-se impotente, desencorajado… e, tomado pelo desânimo, querendo desistir de tudo?
Por que isso acontece?
E, do outro lado, qual é a força que nos impulsiona a continuarmos e levarmos adiante nossas ações cotidianas?
Parece que era essa a condição em que se encontrava Elias, segundo nos informa o livro dos Reis (1Rs 19,4-8). Havia realizado uma obra em nome de Deus e seus opositores o estavam perseguindo. O profeta estava, além de assustado, arrasado, sem entender o porquê de se sentir abandonado, depois de ter realizado uma obra de Deus.
Em completo desânimo, desistindo de tudo, pediu a morte. “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais” (1Rs 19,4).
Outro aspecto da situação nos é apresentada no diálogo dos judeus com Jesus (Jo 6,41-51).
Todos o conheciam. Sabiam de sua vida, dos seus parentes. Sabiam onde morava e o que faziam seus pais. E, em virtude disso, diziam, entre si e a quem os queria ouvir: “Ele não pode fazer isso!” “Sabemos onde mora!” “Como pode andar por ai, falando o que diz e fazendo o que faz?” E, com certeza, diziam muito mais, pois ele era um rapaz conhecido entre seus vizinhos, em sua cidade. Era um rapaz conhecido em sua terra. “Não é este Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como então pode dizer que desceu do céu?” (Jo 6,42).
Contra os maledicentes ouvimos a palavra de Paulo (Ef 4,30-5,2). O apóstolo exorta a comunidade de Éfeso, orientando-os a buscar um bom comportamento. Um comportamento condizente com os dons do Espírito Santo. Convida-os a erradicar a maldade. “Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós” (Ef 4,31). A mesma orientação é dirigida a nós. Se não por um ato de fé, pelo menos por imperativo ético: se existe algo de bom a ser feito, isso deve ser realizado, independentemente do que falarão os fofoqueiros de plantão; os que nada fazem pelo outro; aqueles que só querem tirar proveito da comunidade; os que exploram ou querem só as vantagens da sociedade.
Essa situação é semelhante ao que vemos acontecer em muitas localidades. Nem tanto nas grandes cidades em que se vive anônimo em meio à multidão, mas nos pequenos grupos sociais. Em muitas comunidades rurais e urbanas. Se a pessoa tem uma qualidade que se destaca ou presta um bom serviço, passa a ser malvista entre aqueles que a conhecem e com os quais convive. Tanto que se popularizou o dito, que se origina na inveja: “Santo de casa não faz milagre”.
Nessas situações, a pessoa é levada ao desânimo. Ela, por vezes, se cansa de realizar obras em favor do povo, que não reconhece esse gesto. A pessoa até pode ter consciência de que faz o bem porque esse bem deve ser feito, independentemente de ser ou não elogiado. Mas um mínimo de reconhecimento, por parte de quem recebe o bem feito, “conforta a alma” de quem realiza a obra e impulsiona para novas ações.
Para ajudar a superar o desânimo de Elias, Deus enviou seu anjo confortador. Ofereceu-lhe alimento e estímulo: “Levanta-te e come!” E uma segunda vez: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”(1Rs 19,7)
Mas por que Deus o encoraja e não lhe tira sua vida? Por que as pessoas de boa vontade não desistem diante de tanta inveja, maldade, malquerer e malfalar…? Por que continuam mesmo com tanta gente que oferece espinhos e cria dificuldades para as boas obras?
Podemos aprender com Jesus, quando nos fala: “Quem crê possui a vida eterna” (Jo 6,47). E o mestre continuaria dizendo para os invejosos: “Não murmureis entre vós!” (Jo 6,43). Hoje, certamente, Jesus diria: “Não fiquem aí pelos cantos inventando intrigas. Não alimentem fofocas entre vocês!” Jesus diria mais: “Em vez de ficar por aí falando mal de quem está fazendo algo pelos outros, vá você também procurar o que fazer!” Em alto e bom som, diria: “Vai procurar o que fazer!” E, certamente, complementaria: “corpo desocupado e mente vazia são oficinas do diabo!”
Mas, voltemos a indagação, sobre o porquê das pessoas altruístas não desanimarem.
Porque são pessoas especiais. Porque são convidadas pele próprio Deus a realizar grandes obras. Além disso, é bom lembrar: sem essas pessoas as comunidades perdem a vida e se esvaem e se matam nas fofocas…
Como os agentes ativos da comunidade são convidados por Deus, recebem uma carga extra de estímulo. Para elas Jesus está falando: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia” (Jo, 6,44). A partir das palavras de Jesus podemos dizer mais. Podemos dizer que nossas ações do cotidiano, terminam em si mesmas. “Vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram” (Jo 6,49). Esse é o destino dos maledicentes. Mas quem realiza coisas boas, pensando apenas no bem de quem recebe essas ações, ouvem de Jesus a promessa da esperança: “o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” (Jo 6,51). E quem recebe por alimento o pão da vida, não morre! Pode passar por sofrimentos, mas os suportará, vencerá para a vida, junto com Deus.
Eis o porquê das pessoas de boa vontade não desistirem, embora, como Elias, por vezes sejam tomadas pelo desânimo: elas ouvem o anjo de Deus estimulando: “ainda tens um longo caminho a percorrer” (1Rs 19,7). Para percorrer o caminho que ainda resta, recebem o alimento divino: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6,48). E cada vez que o desânimo ou os contratempos aparecerem, ouvirão do próprio Mestre: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” (Jo 6,51).
E, do outro lado, qual é a força que nos impulsiona a continuarmos e levarmos adiante nossas ações cotidianas?
Parece que era essa a condição em que se encontrava Elias, segundo nos informa o livro dos Reis (1Rs 19,4-8). Havia realizado uma obra em nome de Deus e seus opositores o estavam perseguindo. O profeta estava, além de assustado, arrasado, sem entender o porquê de se sentir abandonado, depois de ter realizado uma obra de Deus.
Em completo desânimo, desistindo de tudo, pediu a morte. “Agora basta, Senhor! Tira a minha vida, pois não sou melhor que meus pais” (1Rs 19,4).
Outro aspecto da situação nos é apresentada no diálogo dos judeus com Jesus (Jo 6,41-51).
Todos o conheciam. Sabiam de sua vida, dos seus parentes. Sabiam onde morava e o que faziam seus pais. E, em virtude disso, diziam, entre si e a quem os queria ouvir: “Ele não pode fazer isso!” “Sabemos onde mora!” “Como pode andar por ai, falando o que diz e fazendo o que faz?” E, com certeza, diziam muito mais, pois ele era um rapaz conhecido entre seus vizinhos, em sua cidade. Era um rapaz conhecido em sua terra. “Não é este Jesus, o filho de José? Não conhecemos seu pai e sua mãe? Como então pode dizer que desceu do céu?” (Jo 6,42).
Contra os maledicentes ouvimos a palavra de Paulo (Ef 4,30-5,2). O apóstolo exorta a comunidade de Éfeso, orientando-os a buscar um bom comportamento. Um comportamento condizente com os dons do Espírito Santo. Convida-os a erradicar a maldade. “Toda a amargura, irritação, cólera, gritaria, injúrias, tudo isso deve desaparecer do meio de vós” (Ef 4,31). A mesma orientação é dirigida a nós. Se não por um ato de fé, pelo menos por imperativo ético: se existe algo de bom a ser feito, isso deve ser realizado, independentemente do que falarão os fofoqueiros de plantão; os que nada fazem pelo outro; aqueles que só querem tirar proveito da comunidade; os que exploram ou querem só as vantagens da sociedade.
Essa situação é semelhante ao que vemos acontecer em muitas localidades. Nem tanto nas grandes cidades em que se vive anônimo em meio à multidão, mas nos pequenos grupos sociais. Em muitas comunidades rurais e urbanas. Se a pessoa tem uma qualidade que se destaca ou presta um bom serviço, passa a ser malvista entre aqueles que a conhecem e com os quais convive. Tanto que se popularizou o dito, que se origina na inveja: “Santo de casa não faz milagre”.
Nessas situações, a pessoa é levada ao desânimo. Ela, por vezes, se cansa de realizar obras em favor do povo, que não reconhece esse gesto. A pessoa até pode ter consciência de que faz o bem porque esse bem deve ser feito, independentemente de ser ou não elogiado. Mas um mínimo de reconhecimento, por parte de quem recebe o bem feito, “conforta a alma” de quem realiza a obra e impulsiona para novas ações.
Para ajudar a superar o desânimo de Elias, Deus enviou seu anjo confortador. Ofereceu-lhe alimento e estímulo: “Levanta-te e come!” E uma segunda vez: “Levanta-te e come! Ainda tens um caminho longo a percorrer”(1Rs 19,7)
Mas por que Deus o encoraja e não lhe tira sua vida? Por que as pessoas de boa vontade não desistem diante de tanta inveja, maldade, malquerer e malfalar…? Por que continuam mesmo com tanta gente que oferece espinhos e cria dificuldades para as boas obras?
Podemos aprender com Jesus, quando nos fala: “Quem crê possui a vida eterna” (Jo 6,47). E o mestre continuaria dizendo para os invejosos: “Não murmureis entre vós!” (Jo 6,43). Hoje, certamente, Jesus diria: “Não fiquem aí pelos cantos inventando intrigas. Não alimentem fofocas entre vocês!” Jesus diria mais: “Em vez de ficar por aí falando mal de quem está fazendo algo pelos outros, vá você também procurar o que fazer!” Em alto e bom som, diria: “Vai procurar o que fazer!” E, certamente, complementaria: “corpo desocupado e mente vazia são oficinas do diabo!”
Mas, voltemos a indagação, sobre o porquê das pessoas altruístas não desanimarem.
Porque são pessoas especiais. Porque são convidadas pele próprio Deus a realizar grandes obras. Além disso, é bom lembrar: sem essas pessoas as comunidades perdem a vida e se esvaem e se matam nas fofocas…
Como os agentes ativos da comunidade são convidados por Deus, recebem uma carga extra de estímulo. Para elas Jesus está falando: “Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou não o atrai. E eu o ressuscitarei no último dia” (Jo, 6,44). A partir das palavras de Jesus podemos dizer mais. Podemos dizer que nossas ações do cotidiano, terminam em si mesmas. “Vossos pais comeram o maná no deserto e, no entanto, morreram” (Jo 6,49). Esse é o destino dos maledicentes. Mas quem realiza coisas boas, pensando apenas no bem de quem recebe essas ações, ouvem de Jesus a promessa da esperança: “o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” (Jo 6,51). E quem recebe por alimento o pão da vida, não morre! Pode passar por sofrimentos, mas os suportará, vencerá para a vida, junto com Deus.
Eis o porquê das pessoas de boa vontade não desistirem, embora, como Elias, por vezes sejam tomadas pelo desânimo: elas ouvem o anjo de Deus estimulando: “ainda tens um longo caminho a percorrer” (1Rs 19,7). Para percorrer o caminho que ainda resta, recebem o alimento divino: “Eu sou o pão da vida” (Jo 6,48). E cada vez que o desânimo ou os contratempos aparecerem, ouvirão do próprio Mestre: “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente. E o pão que eu darei é a minha carne dada para a vida do mundo” (Jo 6,51).
Neri de Paula Carneiro
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador
Outros escritos do autor:
Filosofia, História, Religião: https://www.webartigos.com/index.php/autores/npcarneiro;
Literatura: https://www.recantodasletras.com.br/autores/neripcarneiro.
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador
Outros escritos do autor:
Filosofia, História, Religião: https://www.webartigos.com/index.php/autores/npcarneiro;
Literatura: https://www.recantodasletras.com.br/autores/neripcarneiro.
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