Sim, estavam lá!
Vários…! Por convite, em resposta, em proposta...só uma amostra.
Como explicar quem eram? Poetas? Cronistas? Contistas? Romancistas? Cientistas?
…
Não importa. Era gente da gente, com a gente, contente. Gente que junta letras, junta palavras, junta frases... Junta ideias! Faz ideias , circula ideias… Uma ideia, muitas ideias…
Escritores?
Talvez isso e sei lá o que mais, pois escritor é quem escreve, mas não só, nem somente.
Aquele de quem se diz poeta, cronista, contista, romancista, cientista só o é porque um dia se pôs a juntar letras, juntar palavras, juntar frases... E juntando, juntou mundos! Juntou ideias! Pra quê? Pra fazer textos, pra contar o que não foi contado... ou recontratar os contos noutros cantos, contente em contar, cantar… alegrar, informar…fazendo pensar, ideias para pensar, como disse o Castro:
“Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mancheia...
E manda o povo pensar!
O livro, caindo n'alma
É germe – que faz a palma,
É chuva – que faz o mar!”
Talvez semente! Somente semente, simplesmente! Semente de palavras. Semente de sentimentos. Semente de realizações sonhadas, palavras plantadas, palavras germinadas… mas semente!
Quem vai colher?
Talvez não quem plantou e projetou, não pra hoje, não pra si, não pra um. Plantamos…
A colheita pertence ao tempo. “Tempo rei”, tempo cruel, tempo de papel eterno. Tempo mestre.
A colheita será dos que vieram com o tempo...
Isso foi o evento, o encontro?
Sim!
Não...
Foi isso e algo mais: projetos, sonhos, sintonia, perspectivas de difundir, divertir... e, se quiser, também divergir, pois assim se pode convergir.
Neri de Paula Carneiro
domingo, fevereiro 16, 2025
15/02/25
sexta-feira, fevereiro 07, 2025
Águas mais profundas
Isaías 6,1-2a.3-8; Primeira Coríntios 15,1-11; Lucas 5,1-11
O que Deus pede a nós?
Pode parecer estranha a pergunta, pois somos nós que, constantemente, pedimos coisas a Deus.
Hoje, porém, é Deus quem nos dirige a palavra, fazendo um apelo!
Observe e veja.
O profeta Isaías (6,1-2a.3-8) ouve um apelo. É o Senhor, entre seus serafins, precisando enviar alguém para uma missão. Diante dessa visão o profeta se desespera: “Ai de mim!”; “Vi o Senhor!”; “sou alguém de lábios impuros!”
É claro que algumas pessoas vão ficar impressionadas com a majestade dos anjos, outros com o trono majestoso, alguns vão se impressionar com o manto daquele que está no trono, com o clamor das vozes glorificando-o; vão se assustar com o tremor das portas… Muitos destes, como o profeta, tremerão, com medo!
Mas, essa é uma cena aterrorizante? A presença do Senhor é assustadora? Se a presença do Senhor é assustadora, por que fazemos tudo que fazemos para sermos aceitos em sua morada santa?
Não. Deus não é para ser temido, mas amado! Claro que, daí derivam as consequências: quem ama respeita, quer estar junto; quem ama procura fazer o que agrada ao amado… quem ama sabe que, mesmo cometendo algum deslize, será perdoado… e assim por diante!
Foi o que aconteceu com Isaías. Temia, não tanto por si, apesar dos lábios impuros; temia porque sabia estar vivendo no meio de uma nação impura!
Os puristas vão dizer que o texto não menciona o povo. Só fala do profeta!
Aí é que está o engano. Por qual motivo o Senhor está se lamentando por não ter quem enviar? A quem o profeta se dispõe a ir, depois que abrasa da verdade lhe purificou os lábios? Basta continuarmos a leitura!
O fato é que, mesmo receoso, o profeta se dispõe: “Aqui estou! Envia-me”.
O eco desse envio, aparece em Paulo, falando à comunidade de Corinto (1Cor 15,1-11).
O apóstolo também foi enviado. Naquele encontro, na estrada para Damasco (cf At 9,6.15), Jesus lhe confia uma missão: anunciar a boa nova. E agora, aqui na comunidade de Corinto, está cumprindo a missão recebida do Senhor: anuncia e apresenta e comprova que Jesus foi perseguido e foi assassinado. Mas voltou à vida. Esse é um dado de fé mas, argumenta o apóstolo, caso alguém ainda não creia, deve se informar com tantas pessoas que viram o Senhor depois de ressuscitado.
Da mesma forma que em Isaías, Paulo assume a missão depois de uma situação trágica. Lá Isaías teve a língua curada com uma brasa ardente. Aqui, Paulo teve a vida mudada depois de cair por terra com suas certezas e constatar que durante toda sua vida andara cego. E agora, do chão de suas dúvidas levanta-se para recuperar a visão. Só então enxerga a verdade. E, por ser anunciador da verdade argumenta em seu discurso: em sua pequenez age a graça de Deus. Essa graça faz com que o menor, o que não tem mérito próprio, o perseguidor… cumpra a missão com muitos frutos: apesar de ter sido um perseguidor, ao receber a missão fê-la de forma frutuosa. “É pela graça de Deus que eu sou o que sou. Sua graça para comigo não foi estéril: a prova é que tenho trabalhado mais do que os outros apóstolos - não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo” (1Cor 15,10).
Deus faz um apelo a Isaías, e ele atende; Jesus faz um apelo a Paulo, e ele atende.
Jesus também faz um apelo aos pescadores (Lc 5,1-11).
Na verdade faz três pedidos: o primeiro é para que afastem o barco da margem. Para afastar-se da multidão que o seguia? Não. Sobe na barca e afasta-se da margem justamente para que os ouvintes aprendam a importância de abrir mão das seguranças a que se está acostumado. Quem navega nos caminhos de Deus, não pode se apegar às seguranças das margens dos lagos e rios e mares. A segurança está nas palavras do Mestre.
A incerteza e a insegurança das águas leva os pescadores a confiar na palavra do Mestre. E aqui está o segundo apelo de Jesus: lancem as redes. Por que o senhor faz este apelo? Apenas porque quem está estacionado nas margens, não consegue pescar. Só quem se põe a navegar consegue encher as redes. Esse foi o motivo do susto de Pedro.
Simão Pedro não ficou espantado por causa da pesca, mas porque, apesar de ser um pecador, mereceu que o Senhor o procurasse, entrasse em sua barca e lhe concedesse sucesso na pescaria. O sucesso da pescaria no lago foi um símbolo e prenúncio do sucesso que viria depois, quando atenderam ao terceiro pedido de Jesus, dirigido a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens” (Lc 5,10).
E como os pescadores aceitaram o apelo do Senhor, abandonaram as bascas, abandonaram aquelas margens e, assim como Isaías, assim como Paulo, puseram-se a seguir Jesus. Lançaram suas redes em águas mais profundas.
Com isso voltamos à indagação inicial: O que Deus está pedindo a cada um de nós?
Pode parecer estranha a pergunta, pois somos nós que, constantemente, pedimos coisas a Deus.
Hoje, porém, é Deus quem nos dirige a palavra, fazendo um apelo!
Observe e veja.
O profeta Isaías (6,1-2a.3-8) ouve um apelo. É o Senhor, entre seus serafins, precisando enviar alguém para uma missão. Diante dessa visão o profeta se desespera: “Ai de mim!”; “Vi o Senhor!”; “sou alguém de lábios impuros!”
É claro que algumas pessoas vão ficar impressionadas com a majestade dos anjos, outros com o trono majestoso, alguns vão se impressionar com o manto daquele que está no trono, com o clamor das vozes glorificando-o; vão se assustar com o tremor das portas… Muitos destes, como o profeta, tremerão, com medo!
Mas, essa é uma cena aterrorizante? A presença do Senhor é assustadora? Se a presença do Senhor é assustadora, por que fazemos tudo que fazemos para sermos aceitos em sua morada santa?
Não. Deus não é para ser temido, mas amado! Claro que, daí derivam as consequências: quem ama respeita, quer estar junto; quem ama procura fazer o que agrada ao amado… quem ama sabe que, mesmo cometendo algum deslize, será perdoado… e assim por diante!
Foi o que aconteceu com Isaías. Temia, não tanto por si, apesar dos lábios impuros; temia porque sabia estar vivendo no meio de uma nação impura!
Os puristas vão dizer que o texto não menciona o povo. Só fala do profeta!
Aí é que está o engano. Por qual motivo o Senhor está se lamentando por não ter quem enviar? A quem o profeta se dispõe a ir, depois que abrasa da verdade lhe purificou os lábios? Basta continuarmos a leitura!
O fato é que, mesmo receoso, o profeta se dispõe: “Aqui estou! Envia-me”.
O eco desse envio, aparece em Paulo, falando à comunidade de Corinto (1Cor 15,1-11).
O apóstolo também foi enviado. Naquele encontro, na estrada para Damasco (cf At 9,6.15), Jesus lhe confia uma missão: anunciar a boa nova. E agora, aqui na comunidade de Corinto, está cumprindo a missão recebida do Senhor: anuncia e apresenta e comprova que Jesus foi perseguido e foi assassinado. Mas voltou à vida. Esse é um dado de fé mas, argumenta o apóstolo, caso alguém ainda não creia, deve se informar com tantas pessoas que viram o Senhor depois de ressuscitado.
Da mesma forma que em Isaías, Paulo assume a missão depois de uma situação trágica. Lá Isaías teve a língua curada com uma brasa ardente. Aqui, Paulo teve a vida mudada depois de cair por terra com suas certezas e constatar que durante toda sua vida andara cego. E agora, do chão de suas dúvidas levanta-se para recuperar a visão. Só então enxerga a verdade. E, por ser anunciador da verdade argumenta em seu discurso: em sua pequenez age a graça de Deus. Essa graça faz com que o menor, o que não tem mérito próprio, o perseguidor… cumpra a missão com muitos frutos: apesar de ter sido um perseguidor, ao receber a missão fê-la de forma frutuosa. “É pela graça de Deus que eu sou o que sou. Sua graça para comigo não foi estéril: a prova é que tenho trabalhado mais do que os outros apóstolos - não propriamente eu, mas a graça de Deus comigo” (1Cor 15,10).
Deus faz um apelo a Isaías, e ele atende; Jesus faz um apelo a Paulo, e ele atende.
Jesus também faz um apelo aos pescadores (Lc 5,1-11).
Na verdade faz três pedidos: o primeiro é para que afastem o barco da margem. Para afastar-se da multidão que o seguia? Não. Sobe na barca e afasta-se da margem justamente para que os ouvintes aprendam a importância de abrir mão das seguranças a que se está acostumado. Quem navega nos caminhos de Deus, não pode se apegar às seguranças das margens dos lagos e rios e mares. A segurança está nas palavras do Mestre.
A incerteza e a insegurança das águas leva os pescadores a confiar na palavra do Mestre. E aqui está o segundo apelo de Jesus: lancem as redes. Por que o senhor faz este apelo? Apenas porque quem está estacionado nas margens, não consegue pescar. Só quem se põe a navegar consegue encher as redes. Esse foi o motivo do susto de Pedro.
Simão Pedro não ficou espantado por causa da pesca, mas porque, apesar de ser um pecador, mereceu que o Senhor o procurasse, entrasse em sua barca e lhe concedesse sucesso na pescaria. O sucesso da pescaria no lago foi um símbolo e prenúncio do sucesso que viria depois, quando atenderam ao terceiro pedido de Jesus, dirigido a Simão: “Não tenhas medo! De hoje em diante tu serás pescador de homens” (Lc 5,10).
E como os pescadores aceitaram o apelo do Senhor, abandonaram as bascas, abandonaram aquelas margens e, assim como Isaías, assim como Paulo, puseram-se a seguir Jesus. Lançaram suas redes em águas mais profundas.
Com isso voltamos à indagação inicial: O que Deus está pedindo a cada um de nós?
Neri de Paula Carneiro.
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador
Outros escritos do autor:
Filosofia, História, Religião: https://www.webartigos.com/index.php/autores/npcarneiro;
Literatura: https://www.recantodasletras.com.br/autores/neripcarneiro.
Mestre em educação, filósofo, teólogo, historiador
Outros escritos do autor:
Filosofia, História, Religião: https://www.webartigos.com/index.php/autores/npcarneiro;
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