A pergunta que agora se faz é: qual o significado dessa parábola, narrada por Mateus? A resposta está no conjunto das leituras que a Igreja nos apresenta para esta celebração.
O livro da Sabedoria (Sb 6,12-16) dá a primeira dica: mostra algumas características da Sabedoria que, em várias passagens da Bíblia, pode ser identificada com o Espírito Santo. A primeira característica é a afirmação de que a “Sabedoria é luminosa” (Sb 6,12). Essa luz permite que ela seja contemplada e encontrada pelos que a procuram. Ela mostra-se àqueles que a desejam (Sb 6,13). Mais do que isso, a Sabedoria não só se mostra como também “sai à procura dos que dela são dignos” (Sb 6,16).
Isso implica dizer que a Sabedoria, dom do Espírito, é compartilhada por Deus com quem a procura, mas essa busca implica na dignidade, ou seja, no merecimento.
Isso implica dizer,também, que muitos a buscam, mas são indignos dela. Esses podem até praticar atos inteligentes, ter posturas que aparentam sabedoria, mas não passam de atos interesseiros. Não se trata de sabedoria, mas de esperteza. Aqueles golpes maravilhosos efetuados pelos malandros; aquelas artimanhas e emaranhados de falcatruas dos políticos… aparentam sabedoria, mas demonstram apenas a esperteza. A esperteza que não é uma face da sabedoria, mas uma demonstração de capacidade para enganar os outros. Isso não é divino, pelo contrário: é diabólico.
Cada um dos políticos que enganam o povo com belos discursos ou cada golpe dos espertalhões de plantão, não evidenciam uma expressão da sabedoria, mas uma demonstração de sua face diabólica. A esperteza é diabólica, porque não pensa no crescimento coletivo. E, por ser individualista, busca apenas a vantagem pessoal; a sabedoria é divina, pois sua preocupação é o crescimento de todos; é a satisfação e felicidade de todos.
A sabedoria, são as cinco acompanhantes do cortejo nupcial, que levaram não só as lamparinas acesas, mas também o óleo para reabastecê-las ao longo da festa (Mt 25,4). A esperteza são as cinco acompanhantes que somente levaram as tochas acesas, sem o combustível para abastecimento (Mt 25,2). E, pior ainda, em sua tentativa de se dar bem e tirar proveito da sabedoria das outras, tentaram extorquí-las: “Dá, nos um pouco do seu óleo” (Mt 25,8).
Mas a sabedoria, orienta e corrige a malandragem, sem ser mesquinho: “Não podemos fazer essa doação porque, se a fizermos ficaremos todas desabastecidas e a festa perderá o brilho.” A sabedoria mostra o caminho da honestidade e sensatez: “Da mesma forma que nós fomos ao mercado e compramos, vão vocês também. Comprem o que lhes falta e todos teremos o suficiente” (Mt 25,9).
Só a sabedoria pode se contrapor aos espertalhões. Só a sabedoria pode construir a justiça e a equidade. Só a sabedoria pode desbancar os espertalhões e aproveitadores.
Por isso, na parábola, Jesus mostra que as acompanhantes descuidadas, mas aproveitadores, não se deram bem, pois ao terem seu golpe desmascarado, foram obrigadas a buscar, por conta própria, a solução de sua deficiência: “vão vocês mesmas comprar o que lhes falta”. E, por não estarem preparadas; por terem tentado se aproveitar das outras; por terem deixado pra depois; por terem ido às compras fora de hora… essas cinco moças foram deixadas de fora e não puderam participar da festa (Mt 25,12).
Nessa perspectiva, também podemos entender a carta de Paulo aos tessalonicenses (1 Ts 4,13-18). Nem na vida nem na morte o cristão pode se esquivar à fazer justiça. Nem na vida nem na morte há privilégios, há apenas compromisso com a equidade e com a ordem estabelecida pelo Senhor.
E, de Jesus, ouvimos o conselho: “Vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora” (Mt 25,13). São necessárias a vigilância e a sabedoria. É a sabedoria que determina o grau de vigilância e o comprometimento com a chegada do Noivo, convidando a todos para a festa no céu.
O Noivo concede a liberdade para que as pessoas não se preparem, para a festa. E, nesse caso, até tolera e aceita que se tente sanar a deficiência. Mas para isso tem que haver honestidade e não tentativa de se aproveitar do outro.
Todos são convidados para a festa. Só não temos a informação sobre o momento em que ela vai começar. Por isso, é necessário sermos sábios, sem apelar para a postura aproveitadora; por isso é necessário ver o que temos para contribuir e não só quer tirar vantagem.
É a sabedoria que nos permitirá acompanhar o Noivo quando soar o grito: “O noivo está chegando!”
Neri de Paula Carneiro
Por isso, na parábola, Jesus mostra que as acompanhantes descuidadas, mas aproveitadores, não se deram bem, pois ao terem seu golpe desmascarado, foram obrigadas a buscar, por conta própria, a solução de sua deficiência: “vão vocês mesmas comprar o que lhes falta”. E, por não estarem preparadas; por terem tentado se aproveitar das outras; por terem deixado pra depois; por terem ido às compras fora de hora… essas cinco moças foram deixadas de fora e não puderam participar da festa (Mt 25,12).
Nessa perspectiva, também podemos entender a carta de Paulo aos tessalonicenses (1 Ts 4,13-18). Nem na vida nem na morte o cristão pode se esquivar à fazer justiça. Nem na vida nem na morte há privilégios, há apenas compromisso com a equidade e com a ordem estabelecida pelo Senhor.
E, de Jesus, ouvimos o conselho: “Vigiai, pois não sabeis o dia, nem a hora” (Mt 25,13). São necessárias a vigilância e a sabedoria. É a sabedoria que determina o grau de vigilância e o comprometimento com a chegada do Noivo, convidando a todos para a festa no céu.
O Noivo concede a liberdade para que as pessoas não se preparem, para a festa. E, nesse caso, até tolera e aceita que se tente sanar a deficiência. Mas para isso tem que haver honestidade e não tentativa de se aproveitar do outro.
Todos são convidados para a festa. Só não temos a informação sobre o momento em que ela vai começar. Por isso, é necessário sermos sábios, sem apelar para a postura aproveitadora; por isso é necessário ver o que temos para contribuir e não só quer tirar vantagem.
É a sabedoria que nos permitirá acompanhar o Noivo quando soar o grito: “O noivo está chegando!”
Neri de Paula Carneiro
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